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o cubo

O Michael Jackson morreu com cara deslavada e com aquele aspecto doente. Com 50kg. Teve tudo. Deitou tudo a perder. E tinha 50Kg

Hoje mais 1 aviao desapareceu do radar e mais uns quantos, bons e menos bons, expiraram a validade. Milgrosamente, houve quem se salvou. Que se agarrou à vida. A quem a vida deu uma 2ª oportunidade.

Estas coisas fazem-nos relativizar tudo. No geral. eu, claro, tresmalho sempre.

Não me consigo sentir agradecida. Sinto-me à mesma metida num cubo. Como aquele filme pavoroso em que pessoas com alguma coisa do seu passado sao enfiadas numa mega estrutura de cubo com subcubos que vão rodando e em cada 1 as pessoas são sujeitas a provas. Umas superam, outras nem por isso. Luta pela sobrevivencia.

O meu cubo vai rodando e cá continuo a bater com os costados no chão sempre que ele se mexe. Quanto mais sinto que falhei em tanta coisa que aspirava na minha vida, mais as paredes se apertam e me tiram o ar. E não consigo escolher a porta por onde devo sair.

É pior desaparecer do radar. Ou deitar tudo a perder. Mas quão bom deve ser ter 50kgs e ter sentido as provas superadas, poder escolher a porta e sair de cara satisfeita.

Não consigo ficar indiferente ao acidente de hoje, ao de há 3 semanas, a tantos outros... primeiro, porque o drama é doloroso; segundo, porque por mim estaria sempre num avião a viajar. E tenho-o feito muito menos do que pensava fazer nesta fase. Sendo que viajei mais que outras pessoas. O cubo está sempre a rodar, não é? E as suas diferentes faces têm destas coisas.

Mas eu só queria sair. E ter 50Kg (mas manter o meu nariz, sim?)

Comentários

Tigrão disse…
Será que o Buda, o Dalai, a Madre Teresa, o Deng Xiao Ping, o Obama, também ficam assim de cada vez que as adversidades sucedem? Ou será que (pelo menos os 3 primeiros...) ficam agradecidos pelo que têm? Pela minha parte, mantenho que para levar a vida o melhor possível tudo assenta em cabeça são em corpo são. Já vem da antiguidade....

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