Uma pessoa vai ali e já vem e, de repente, ocorre um desfile de paragens cerebrais, invariavelmente estranhas. A Gripe A até pode ter sido uma fraude mas de facto há qualquer coisa no ar, um vírus de tontice aguda, a afectar-nos.
Ainda não estou recomposta de ver o meu “adorado” Mats Magnunson, apanhado pela PdI (ou grávido de trigémeos), num belíssimo espectáculo de futebol, só possível na Catedral. Com uma dupla cinco estrelas: Nuno Gomes & Micoli. Mas vamos a isto...
Mas começamos logo bem, tipo piada assim de mau gosto… Portugal empresta €140 milhões a Angola.
- Primeiro, temos €140 milhões em caixa, quanto mais para emprestar?
- Segundo, o que vai a Isabel dos Santos comprar em Portugal com esse dinheiro?
- Terceiro, o punch line, se emprestamos dinheiro a terceiros para esses terceiros nos comprarem, somos o quê: Credores ou Garantia?
- Por fim, se formos comprados, nem juros nem as dívidas são saldadas, certo?
É genial. Nem o Maddoff se lembraria de algo sim! Mas é sempre bom sermos generosos dado que fomos abençoados pelo petróleo e pelos diamantes e devemos ajudar um país em que a pobreza subsiste … ai, espera, nós não temos nada isso. Mas parece, não parece? Claro que há umas quantas empresas tugas que vão ganhar à conta disto, mas não serão nem os portugueses nem os angolanos a ganhar. Belo negócio, não?
A TAP decidiu dar aulas de ética - que pelos vistos está em vias de não haver - (e de como usar o Facebook, aparentemente) a uns quantos idiotas que decidiram fazer comentários ofensivos porque não foi cumprido o código “da profissão” de não voarem em primeira classe (alegadamente, havendo vagas), sendo forçados a “viajar na penúltima fila”. Uma obra-prima de estupidez, má educação e falta de profissionalismo. Onde os senhores queixosos se sentaram, por falta de cortesia do comandante do voo, viajam por norma os passageiros que pagam os seus bilhetes. Independentemente, do código interno, o que choca é o facto como eles falam dos sítios onde se sentaram. Por birra do comandante, ou não. É um nível de arrogância tal, que dá pena a pequenez, pra’ mais são temas do “forno” interno da TAP e não para discutir no FB. Mereciam uma visita do Sá Pinto.
O Porto, depois de ter posto o Ruben Micael a tomar Centrum para melhorar a memória (pena não lhe darem uns comprimidos que o ponham a falar de uma maneira que se entenda), ganhou ontem 0-4 ao Nacional, quer dizer, ganhou a uma equipa que não existia. Tipo jogar Playstation sozinhos. Quase aposto que o penalty foi feito de propósito só para justificar que havia uma segunda equipa em campo.
Pelo meio disto, e dos 3-1 do Glorioso, estreou com pompa e circunstância, o novo filme do António Pedro Vasconcelos. Não vi, não vou ver e logo não posso comentar. Não obstante, ao que parece a "actriz" principal chegou 30 minutos depois da hora marcada para o começo do filme. Ora, ou temos diva ou, apesar da publicidade de que se vive “no estrangeiro”, é só mesmo publicidade porque os maus hábitos de ser-se português mantêm-se.
Uma última nota: fiz anos há uma semana. Não sei se é da idade, mas a história do Haiti afectou-me quando, no meio do stress idiota das nossas vidas idiotas, me apercebi da dimensão da coisa. Miséria, fome, desespero, situação de crise são realidades, infelizmente diárias em diferentes partes do mundo. Mas quando num país, limitado pela pobreza, corrupção e instabilidade política, anos de ditadura e criminalidade, é abalado pela Natureza desta forma, não há palavras que possam amenizar a sensação de murro no estômago. Mesmo sendo um país pobre, só o facto de estar colocado geograficamente numa área de risco contínuo, e não haver um sacana de plano de emergência, é atordoante. O actual primeiro-ministro devia ser preso por incompetência assassina: pode não ter culpa do que “herdou” mas tem culpa de não ter estabelecido um programa de intervenção para situação destas, sempre iminente.
Ver famílias arrasadas e de luto, a querer dar os filhos aos estrangeiros que chegaram ao país, por não terem condições de lhes dar comida, faz-nos relativizar tudo. Faz-nos pensar que não sabemos aproveitar o que temos. Faz-nos querer mandar à merda medos e grilhetas e ser tentativamente felizes.
Por favor, façam-no. E obriguem-me a fazê-lo.
Comentários
As coisas são como são. As pessoas são como são. nada muda isso.
Eu escolhi a minha "guerra". tenho perdido quase todas as "batalhas" mas ainda não acabou.