Como parece que o casamento gay (c-a-s-a-m-e-n-t-o, isso mesmo, leram bem! não há discriminações no meu blog, pelo menos hoje) já está assim mais para o assumido que vai acontecer apesar do acréscimo de pais nossos rezados pelo pais inteiro, eis senão quando a sociedade se depara com outra grande questão fracturante: RX ou não RX nos aeroportos!
Não tem piada (a discriminação entre cidadãos também não, já agora, e sem querer parecer a Câncio!). Estou a escrever mesmo a sério. Anda pra' aí uma algarviada cá e noutros países da Europa sobre o abuso da liberdade dos cidadãos e sobre a histeria em massa do povo ignorante lá dos States e dos previdentes ingleses por causa dos scanners corporais nos aeroportos.
A questão é que quando algo nos cair à porta, depois lá vem a vox populi armada em treinador de bancada, depois do jogo acabar, dizer "ah e tal devia se ter feito assim ou assado"...
Meus senhores, no meu humilde entendimento (que é um bom entendimento, esclarecendo desde já!) está tudo doido dos cornos com estas discussões da treta.
"Isto" (este estado de coisas, as bombas terroristas) não se combate afincadamente com o argumento da protecção de liberdades individuais porque o outro lado joga por outras regras, ou isso não é já claro? Borrifando-se para o conceito de liberdade, ponto. Seja individual ou colectiva.
Defendo os direitos civis e as liberdades individuais como um bem final, mas prefiro 1000 vezes passar num scanner a morrer nos ares. Não são os EUA que são paranóicos, são os terroristas é que tem uma noção da realidade distorcida e cruel, para ser soft.
Prefiro ceder parte da minha liberdade para que todos tenhamos uma sociedade livre e não "fundamentalisticamente" assassinada; e não acho em nada que o Estado deva ser omnipresente e controlador.
Porém, ó gente, tenhamos consciência da velha "frase batida" que a liberdade de um termina onde começa a do outro (e isto aplica-se a todos aqueles que nos transportes públicos acham que podem ouvir música em altos berros saída do telemóvel mas sem recurso a phones... Por norma kizomba ou martelos - foi pra isso que se criaram os auscultadores!!! É uma clara violação da liberdade dos outros, punível com um merecido par de estalos, se possível).
Admito que não me aborrecem nada câmaras de vigilância nas ruas, por exemplo. Qual big brother e afirmações de há 2 séculos sobre sociedades que cedem a sua liberdade em prol da segurança são sociedades que não merecem ser livres!. O mundo mudou em 2 séculos. Ficamos estáticos em considerações filosóficas?
Quem não deve não teme e nem que seja porque num atropelamento e fuga a câmara pode apanhar o meliante, só por isso é compensador que elas existam.
O que aprendi na universidade é que o terrorismo é uma multi-forma difusa de actuação que não respeita regras de guerra (triste ironia!) e que age perante o inesperado para gerar o maior impacto possível. Quando se metem fanatismos religiosos à mistura, a coisa pia ainda mais fino.
Vamos pôr as coisas assim: se eu vivesse nos tempos idos da Santa Inquisição tinha um extintor em casa. Tem que se contextualizar a realidade e ver the big picture nesta perspectiva.
Infelizmente, o fundamentalista islâmico, transversal a países, estratos sociais e a cor de pele, não respeita o inimigo porque nem exactamente sabe o porquê de ser o inimigo. Disseram-lhe, rezaram-lhe ao ouvido enquanto virado pra' Meca esperava a benção de Alá. O poder e a cegueira tomam a forma da palavra do Profeta.
Mostrar medo é dar-lhes vitoria? Talvez. Mas é irresponsável não ter medo. Não devemos condicionar a nossa vida por isso nem olhar por cima do ombro a cada passo. No entanto, prevenir-mo-nos não é uma má ideia. Aliás é criminoso não minimizarmos os riscos, quanto mais não seja porque inocentes ou "pecadores"*, todos comem pela mesma bitola enviesada.
É uma forma de impedir que quem não nos quer entender, ou aceitar e mata sem consciência nem espírito nos vença, de facto. É como os mosquitos: não se deixa de ir de férias para sítios em que eles existam no calor, mas leva-se o repelente. Não vá o bicho morder. Ou não vá o avião tremer.
* NA: sendo agnóstica não acredito no conceito de pecado.
Comentários