Na adolescência eu tinha tudo para ser um caso de insucesso e baixissima (nenhuma?) popularidade. E era-o. Consegui, pois, ser muitíssimo bem sucedida em ser um falhanço.
Pois eu tinha peso a mais, usava óculos, usava aparelho, não era propriamente a pessoa mais atlética, dava-me, de longe, melhor com rapazes (fatal!), tinha boas notas, tinha uma personalidade forte, resposta para tudo, não era dada ao álcool, à noite passava o tempo todo a dançar e fora isso andava sempre a ler. Condenada a ser todo um hit, portanto.
Mas coisa de que não padeci foi de acne. Consegui passar a barreira dos 16, dos 18 e até dos 20 e tal anos sem ter a cara massacrada.
Ora, pois então alguém me explica, porque raio as borbulhas insistem aparecer agora?!!! Já nem é acne tardio, é um acne pré idoso, o sacana! E doloroso, pois são daquelas borbulhas que antes de emergirem, começam a doer como cornos enquanto se formam por baixo da derme.
Portanto, os óculos desapareceram (obrigada, laser!), o aparelho também já voltou mas cessou funções, a personalidade não mudou, só fiquei com menos paciência, menos tolerância e menos joie de vivre. Gosto mais de álcool, já não sei sequer o que é dançar, o peso chegou, instalou-se e acomodou-se como se eu fosse hotel de 5 estrelas grátis. Nice! E o bónus da sabedoria, da puta da idade, tenho borbulhas como se não houvesse amanhã.
Sou um misterioso caso de Benjamin Button pervertido. E continuo a não ser uma mulher muito popular, como se calcula.
Comentários