Sob as estrelas, ele deitava-se de olhar fixo, preso no céu de um azul aveludado, profundo como o mar onde costumavam mergulhar, pela noite dentro, nus, a rir, à socapa. Ali, sozinho, perdia-se no efeito reluzente das estrelas. Pareciam unir-se, tornarem-se num só enrendilhado que era como uma mapa. Eram, no fundo, as suas lágrimas que não deixavam ver com clareza a luz que iluminava o seu tecto. A dor colava-se à pele, percorria-o com a brutalidade de uma onda gigante que rebenta nas nossas costas e nos puxa para a confusão de areia e de água. Mesmo assim, ao semicerrar os olhos, estava sempre à espera que ela aparecesse, lhe afagasse o rosto com aquele olhar meigo mas trocista de quem convida mas de quem fecha a porta. Com aquele sorriso que continha sabor a chocolate e avelã, no qual ele se perdia. Falava de modo seguro e pausado, quase sempre sussurrando ao seu ouvido qualquer comentário, do fútil ao mais profundo, como se fosse uma musica dos Pearl Jam: arrepiando-lhe a pele. E a
Stuck In Reverse