Sempre me atirei para o beta.
Nunca tive problemas com isso.
Os outros, sim, tinham imenso problemas com as sweats das Amarras, as calças da Benetton e da El Charro, as mochilas Chevignon Girl, as camisolas em V da Burberry ou com o meu Barbour (18 anos depois, still bombing, ó ignorantes!), o fio de prata, bom... enfim!
Sempre me afectou um pepino, assim a modos como dizem os espanhóis.
Não foi preciso ter 30 anos, ou filhos, ou um T4, ou um monuvolume (tudo coisinhas que o tuga gosta ... não as crianças, note-se, que não são coisas, ok?) para advogar que se tivesse filhos os trataria por "você". E? Os meus pais tratavam os meus avós assim. Pelo meio descarrilaram no frenesim do 25 de Abril. Não fui mais mal educada por isso é certo, mas nos tempos que correm (e já corriam quando há 20 anos pensava da mesma maneira), o meu pensamento alinha-se por outro diapasão. Nada contra os meus pais, mas eu penso de outra maneira. Também não foi preciso ser moda e até os jogadores de futebol chamarem "Maria" aos descendentes para saber exactamente que nomes me dariam na gana.
E sempre tive orientação de esquerda como filosofia central de vida. Não quer dizer que não subscreva determinados pontos politicos da ideologia mais centro-direita mas em rigor sou de esquerda. Isso nunca me impediu de criticar a(s) esquerda(s) quando não me revejo nela(s).
O que é curioso é que apesar de achar que sou das pessoas menos lineares que conheço, e mais claramente atropeladas pelo planeta, tenho pra' mim que sou bastante coerente nos meus cambiantes. Não mudei assim muito ao longo dos anos.
Perdi inocência, joie de vivre e passei a ser mais bruta mas grosso modo sinto-me a mesma; e bastante contente quando penso que pessoas que há 15 anos se me vissem à porta da Kapital me chamariam de beta fútil para baixo, pessoas que apregoavam o ideal comunista (e não é contra este que teço o comentário, atenção, que fique bem claro!) como se fosse um fim absoluto, que viviam na bolha hippie como se a roupa tivesse que ser comprada na Feira da Ladra ou a morte e os filmes somente franceses, polacos, romenos, quanto menos perceptíveis melhor; essas mesmas pessoas vibram em histeria com o Mini Ipad. Delicioso, não?
Quando um jovem revolucionário de esquerda "pura" dá nome de forcado ao filho... I'll die, citando a Rachel Zoe.
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