Tenho andado em arrumações e mediante a premissa insolúvel - acumulamos demasiadas coisas para o espaço que temos - tenho que começar a fazer escolhas.
A primeira, foi fácil. Ou melhor, evidente, porque tem os seus custos (logo, não é decidida com ligeireza) mas surgiu rapidamente: todos os álbuns de fotografias vão para a caixa que diz "arrecadação".
As fotografias, sobretudo para quem ainda as tem impressas em papel brilhante ou mate, num álbum todo pipi, muitas vezes comentadas, retratam e relembram etapas, momentos, pedaços da nossa história que foram vividos com forte intensidade, alegria, ilusão (no bom sentido, sendo optimista), mas que são, factualmente, passado e irrepetíveis. E ou vivem na nossa memória, fazendo parte do nosso presente, ou diluíram-se no tempo e são fragmentos de algo que já não existe.
O que ficou, ficou. O resto vai para arrecadação. O meu passado, por muito que tenha contribuído para o presente e futuro, está tão longe mas tão longe, mesmo, da pessoa que sou, que melhor que esteja no -2, numa caixa.
Um dia, fazemos as pazes. Para já, preciso de espaço nas prateleiras.
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nunca se sabe o que quer recuperar