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Os Vampiros

Diariamente, nos transportes públicos, ou onde quer que esteja a ler a minha Vanity Fair, tenho que tapar a capa com receio que me confundam a revista com a Bravo. Isto porque a capa é um tal Robert Pattinson, um gajo com cara de parvo, mas aparentemente considerado giro e herói da saga cinematográfica do Crepúsculo.

Eu não gosto de Sapos (sabem lá vocês o que sofri durante o Magnolia) mas também não gosto nada de Vampiros. Quer eles sejam em filmes série B a preto e branco muito maus mas com ar até assustador, quer sejam na versão pop sexy do século XXI em filmes que me parece serem provavelmente tão maus como os da década de 40 do século passado.

Admito que tentei ler o Crepúsculo, pouco depois de ter saído, e que me foi oferecido com mtª simpatia, mas não consegui ler mais do que 10 páginas. Além do universo não me interessar achei a escrita a la margarida rebelo pinto recheada de clichés. Mas como em tudo o que seja massificação, a coisa pegou! E virou moda, e agora há vampiros por todo o lado. Filmes, séries, revistas, bom ... uma tonteria pegada!

Até o Presidente da Republica aderiu a coisa. Pisaram-lhe os "calos" e vá de ir directo à jugular com a nomeação do Fernando Lima, o carneiro sacrificado ao sabor das brincadeiras de aprendiz de Maquiavel, deste Verão, do Sr. Silva. Que tem muito que aprender, ou melhor, que ler. Mas isso deve ser-lhe difícil. Não obstante, o Sr. Fernando Lima lá aparece nos bastidores do poder de onde nunca saiu. Com uma Presidência da Republica assim, de facto, estão-nos a ir a qualquer lado e não será apenas ao pescoço, certamente.

O país estava distraído com a Face Oculta. Perante esta aventura no Reino da Sucata, o Engº Belmiro de Azevedo, disse que "tem mais que fazer e que tudo parece uma das telenovelas das da TVI e da SIC". Palavras, como de costume, sábias. Ambas as situações são más mas não há ninguém nos "denominados" actores tugas da nova geração que façam tão bem o papel de Manuel Godinho ou de Armando Vara ou de José Penedos.

Perante o mesmo Caso, o Sr. Alberto João Jardim chamou ao (continente) a Sicília Hispânica. A Sicília que lhe paga o ordenado e os Furados. Que lhe sustenta a ilhota e o caciquismo que por lá reina de forma tão natural como a sua sede, onde grassa a corrupção enquanto paraíso para turista ver e onde a asfixia é a toda a linha de Bingo: democrática e de horizontes. É tudo tão igualmente belo como "poucachinho"e nós, cubanos / sicilianos / hispânicos a pagar a farta vilanagem a olho nu mas que todos ignoram em silêncio.

Lamento pelos poucos madeirenses que conheço e de quem gosto (Luisinho, é mesmo para ti!), mas as palavras daquele idiota provam o provincianismo e complexo de inferioridade da população que vota PSD. O sr. AJJ sabemos que já saiu da ilha porque veio estudar à Sicília Hispânica (certamente que muito penou!!!), mas o mundo não termina nas águas que o rodeia.

Os desastres e o baixo nível na nossa politica, só podem ser relativizados quando olhamos para Itália, terra do Fiat 500 e do Lancia Delta (lindo!), terra da Prada, da Gucci, da Tod's e... vá dos Dolce & Gabbanna. Da pasta maravilhosa.

Depois dos escândalos sexuais às custas do erário público, da corrupção descarada, da manipulação da informação centralizada num gnomo movido a Viagra e maquilhagem, das ligações à Máfia russa e ao tráfico de armas e de droga, da falta de educação e sentido de Estado em fóruns públicos internacionais, eis que Il Cavalliere se cola cada vez mais à extrema direita para compensar outros votos que vai perdendo.

Esta extrema direita, a Legião Romana, tem lideres com cargos ao serviço do Estado e que promovem maus tratos e humilhações policiais, detenções ilegais a todos aqueles que sejam "diferentes" e fecham os olhos à violência nas ruas provocada pelos cabeça rapada, o "racismo de tasca" como li (na Visão). Existem mais de 60 grupos neo-nazis Ultra em Itália, cada um a brincar à sua maneira.

Vou chocar mas acho mesmo que no caso de Itália (e até noutros países), a UE devia intervir, fazer qualquer coisa. As coisas naquele país em forma de bota (só por isso merecia um prémio de arquitectura geográfica) estão num ponto de demência total com Berlusconni a proferir coisas como Mussolini “não matou ninguém, mandava os opositores de férias”. Isto é muito sério, porque fere de morte os princípios sobre os quais nasceu a UE.

E tal como na Madeira onde há oposição / contestação à séria? Onde andam os Benetton, os Agnelli, o Renzo Rosso? Os grandes produtores de riqueza do país? A comer e a calar?

E o Gnomo segue em frente, passando por cima de tudo como se fosse um coelho duracell em fim de vida, a perder a cor do auto bronzeado, mas sob efeitos do comprimido azul, a lixar com “F” grande um país inteiro. E com a Legião Romana a apoiá-lo.

Preparem o colar de alhos. Temos todos o pescoço em risco.

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