Não vou falar do papá moderno que paga por uma criança, a abandona recém-nascida com a avó e as tias e vai às compras e "namorar"para os States mais preocupado com as unhas dos pés pretas do que com o Júnior. Isso é perversão em prol da imagem, a versão moderna do Narcisismo mas da barraquinha.
O contexto é este: Alfa Pendular Lisboa-Porto, 7 da manhã. A minha pessoa senta-se, recosta a cadeira, espera pela mistela a que chamam café, pela revista ou jornal grátis, põe os óculos de sol e ferra a dormir, no mínimo, até Espinho. A tempo de pôr a leitura em dia e pentear-me.
À minha volta, PC's ligados todo o caminho, folhas de excel, dedos nas teclas a todo gás. Os trabalhadores pendulares ou preparam, à última, a reunião que vão ter, ou maioria dos casos, começam a laborar mal o comboio arranca. Quer sejam 7 da manhã quer seja no comboio das 6.
Isto é doentio. Eu sei do que falo, já fui assim.
Deixem-se disso, ninguém merece. Já ir de madrugada é esforço em prol do salário, desfrutem a viagem, leiam um livro, durmam. Trabalhar com tanto afã logo cedinho é o que as organizações gostam mas, esqueçam, o retorno disso é pouco. Ou nenhum. Ou nunca é proporcional às horas de sono consumido.
O stress mata-nos. Trabalhar no comboio faz mal aos olhos.
Conselho de amiga. Não vão ganhar medalhas.
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