Adoro o Querido Mudei a Casa.
Acho que conseguem fazer verdadeiras obras de arte em divisões maltratadas pelo tempo e pelo desmazelo, ou divisões com umas medidas que mais parecem despensas do que espaços onde se realizam vidas, ou espaços limitados pelos magros orçamentos das famílias, que merecem ter algo bonito na vida.
Mas hoje, ao ver um episódio da semana passada, assolou-me uma questão? E se as pessoas, depois da passagem dos Queridos e das câmaras, dão cabo do bom trabalho e repõem parte das coisas que foram varridas?
O trabalho foi desenrolado numa cozinha grande, em não muito mau estado, e num lar não empobrecido, mas que enfermava de um mal grave: era um quadro de misérias de mau gosto. Ele eram peixes de louça, tabuleiros com a Branca de Neve, bonecas de porcelana, a servirem de decoração numa cozinha (!!!) com móveis antigos, malfadados azulejos com a risca creme com desenhos de fruta e uma toalha de mesa de plástico assustadora.
Como que por magia, o chão levou um pavimento champanhe, as paredes foram pintadas de um cinza acolhedor, os móveis, em linha rústica, ficaram em tons moca e a cozinha tornou-se suave, cómoda e simples. Mas bonita.
Olhando para os donos da casa, depois de limpas as lágrimas de emoção, fiquei com muito receio que, ou no dia a seguir, ou nas semanas subsequentes, o peixe de louça, com olhar esgazeado, voltasse para animar o meio da mesa de jantar.
Cá fora, na minha visão da coisa, os gnomos de louça que pululavam pelo jardim, também manifestavam interesse em passar a fazer parte do decor da cozinha.
Medooooooo!
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