Aconteceu-me hoje, ao fim do dia e, sinceramente, estou a escrever e a rir-me. Aliás tive um ataque incontrolável de gargalhadas no meio da rua, algo sempre deprimente mas como estava ao telemóvel a coisa passa assim de "fininho".
Está por terras lusas a mulher de um amigo meu de infância. Ambos vivem fora e ela veio a Portugal visitar uns familiares e tratar de uns temas. Como já não estão por cá há uns meses, liguei-lhe para saber como estão a ser os últimos dias de férias.
A moça, de quem não sou propriamente amiga, mas com quem tenho muito à vontade, tem uma apetência para temas de moda igual ao meu para cozinha. Ou seja, uma desgraça total e irreversível. E, tal como eu, nem se esforça porque não gosta, não lhe dá importância alguma. Para mim, cozinha é ir buscar frango assado ao grill do condomínio; para ela, moda é ter All-Stars de várias cores e botas Timberlands com sola que dê para caminhadas.
Bom, estávamos no chat-chat normal do "tudo bem?", "que tens feito?", "já jantaste com o P.?" quando ela se sai com "A" história.
Ela - "Olha lá, é impressão minha ou o pais anda meio moderninho?" (palavras dela)
MNC - "Oi?"
Ela - "Hoje vi uma miúda sacar de um vibrador no meio da sala de espera do médico"
5 segundos. Eu a processar.
MNC - "Oi?"
Ela - "Uma pita, pra' aí com vinte, vinte cinco anos, máximo (pita?!), estava a falar ao telemóvel muito acelerada, sempre a tirar coisas de uma mega mala (expliquei já que é carteira mas não atina), ora era revista, ora era água, ora era um Ipad, uma confusão até que precisou de uma caneta e revirou a mala toda e começa a por as coisas no sofá e tirou um vibrador. E depois escreveu o que lhe diziam do outro lado da linha numa agenda toda pipi... Pra' que raio tem uma gaja telemóvel, Ipad e agenda?" (não é possível explicar nem com um desenho do mais elaborado que fosse)
MNC- "Tu 'tás parva?! Um vibrador? Viste mal, achas? A meio da tarde? Estava muita gente na sala? "
Ela - "Claro que era um pilas portátil (palavras dela, juro!), só podia! Então não sei (again!). Ora estava eu, uma senhora a ler, um rapaz mais novo também de Ipad, a gaja do pilas e uma outra senhora com a filha".
MNC - "Oi? E ela saca assim do coiso, sem mais nem menos? Tinha ar de rambóia?"
Ela - "Sei lá, tinha ar de fome. Real, não da outra. E de frio. Umas pernas finas, mas finas, enfiadas nuns jeans apertadinhos, umas botas de cano curto (botins) com cunha, uma camisola fininha larga assim cor amarelo deslavado (pastel) e um blusão cabedal preto. Mas tinha ar lavado, cabelo era comprido e claro e lavadinho que reparei, as unhas é que eram meio de prosti, roxas (sou, pois, prosti, adiante) e uma mala que cabia lá equipamento sado maso todo. Mas era bonitinha e tinha ar de quem não ia ao Pingo Doce (piada cuja magnitude ela ainda não entendeu).
Aquilo não me soava nada "bem"
MNC - "Mas ouve lá, ninguém comentou ou ficou chocado?"
Ela - "Tirando eu? Não... a miudinha por acaso viu e apontou e riu-se. Espera lá, a sacana da miúda disse que queria um e a minha mãe reagiu assim sem grande estrilho nem fanico!"
Ai tive que pedir para me descrever o vibrador. Eu sei, pode parecer estranho. Mas ela até estava sozinha em casa portanto a única pessoa que passou vergonha fui eu à medida que me apercebi que ela não viu, dommage para ela que estava toda num xitex com o acontecimento, um vibrador mas tão somente ... ISTO
Só que em preto e com o telemóvel virado para baixo. E não de muito perto. O suficiente para aquela mente impreparada para as pirosices das fashionistas ter achado que ISTO era um vibrador.
Não vou partilhar a descrição dela de como funcionariam as orelhas e o pompom porque foi uma barrigada de rir deliciosa que fica entre nós.
Mas reitero: objecto mais horrendo e possidónio não há!
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