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E se de repente fosse ver um filme sueco???

Gostava!

Pelo menos eu gostei. Sou suspeita, sou fanática pela série Millennium.

Mas isso só transformava a coisa numa expectativa maior, até porque é dos poucos filmes que vi com tão pouco tempo de distância de devorar o livro. Por norma, as adaptações, para mim, ficam sempre àquem, excepção feita para esse clássico, o melhor filme de sempre, E Tudo O Vento Levou. O livro não é tão apaixonante. O Rhett Butler não se cola a nós como no filme e a Scarlett não tem uma aura tão deliciosamente gaja como a da Vivien Leigh. Mais uma vez a minha objectividade é algo toldada, já vi o Gone with the Wind mais de 10 vezes.

Regressando aos suecos, grosso modo aprovado. A totatlidade do livro era impossivel reproduzir nem mesmo em 152m. de duração. Tirando 1 ou outro momento, quem não leu consegue acompanhar a intrincada ligação inter-personagens.

A Lisbeth está IGUAL à que eu imagino do livro (os pelos nas axilas eram dispensáveis, não?). É a personagem que mais "real" se conseguiu extrair do manuscrito. Credito para a actriz Noomi Rapace, que está absolutamente colada à sua personagem e não deixa espaço para dúvidas. O filme, apesar de longo, e com paisagens frias suecas como pano de fundo não cansa, está sempre lá a duvida, o "e agora". Para quem leu, com menos peso.

A violencia existe, no contexto certo. Custa a superar uma cena. Mas facilitaram na 1ª violação, não recorrendo ao método usado no livro. Menos mal, não vem prejuizo ao mundo.

No entanto, falta:

- a dimensão da importância da ideologia nazi na desagregação da familia Venger (não esquecer porque Henrik foi ostracizado pelos irmãos...) e não apenas expor que havia uns maluquinhos na familia que eram Heil Hitler;

- a anulação total da Erika Berger e ausência da relação tão própria com o Mikael. Não se percebe. Mesmo numa optica de redução de personagens para tornar a narrativa mais fluida (vide a menor intervenção da Cecilia Venger, a nao existencia da Anita Venger e a lacuna no papel que a mãe da Harriet e de Martin teve naquele mundo paralelo), a Erika tem um peso grande no contexto pessoal do Mikael.

- a vertente Papa Gajas do Mikael não existe. Tira-lhe carácter. Faz parte daquele personagem ser assim. Fica reduzido a um jornalista de uma revista (á qual nem se dá grande destaque nem a relevancia que tem na tomada de decisao do Mikael em termos de trade off com o Grupo Venger) entalado numa cilada e que se deixa obcecar pela historia principal. Mas ele é um ser carismatico a quem nao se resiste... Isso, nao está lá!

- alguma intensidade negra que rodeia a invstigação, a qual se faz às claras, sem nunca ter havido uma tentativa de "camuflar" sob outros pretextos

- fio condutor ao final. Percebem-se as manobras da Lisbeth mas porque li o livro... Gastar 5m a explicar como ficou loura e com mamas e o porquê nao custava nada.

- a menção aos móveis IKEA (LOL).

Não quero parecer uma critica chata, tipo daqueles que ninguem gosta de ler (e que provavelmente só vão ver o filme porque é sueco), gostei do filme mas vou contaminada pelos livros e além do mais a companhia era boa.

Venham o Millenium 2 e 3

Comentários

Anónimo disse…
Olá...

Dá uma espreitadela no meu blog ;p
www.ocantinhodamimi.blogspot.com

Beijos*

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