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3 coisas que não entendo!

Passou-se mais um fim de semana. Desta feita com Congresso do PSD e Moda Lisboa.


Ao primeiro escapei incólume e contentinha por assim ter sido. Já não há neurónios que aguentem. Ao segundo, também não fui nem vi. Certamente mais interessante que o primeiro, mas também deve ser preciso ser militante. Grosso modo, sobrevivi a dois eventos sem quase me lembrar que eles existiram. Mas como o vox populi todo apregoa, feliz por estar sol (é mais feliz por secar roupa, mas enfim!).


E chega 2ª feira sempre chatinha como de costume, com aquela vontade de virar para o outro lado e adormecer para longe do escritório aborrecido e acordar na mais fantástica esplanada, com chá verde, livro na mão e óculos de sol que dizem "Não estou cá! Encerrámos para curtir a vida"!


No vai-e-vem do inicio da semana, 3 singelas duvidas assolaram a moleirinha esturricada. Ei-las:

1) porque raio as recepcionistas ou as meninas da Prosegur / Securitas que nos atendem nas centrais telefónicas dos escritórios (onde se alojam dentistas, empresas, entidades publicas, ginecologistas) têm que perguntar TUDO ao pormenor sobre quem somos, porque ligamos, de onde conhecemos o "sr. doutor", qual é o assunto? Quem lhes deu formação, a MOSSAD????


É que são mesmo chatas, levam a sério o questionário Big Brother e não desarmam mesmo perante o argumento mais crível de "acabou a conversa, ó melga": «é pessoal».

- "É pessoal, uhm, mas é sobre o quê?" [começo a hiperventilar]
- "Ouça, se é pessoal é só com a pessoa X."
- "Mas ele conhece-a? Sabe do que se trata?"
- [já sem paciência e a bufar mentalmente] "Sim, sim, conhece-me."
- "Mas é de alguma empresa?"
- "Não, é pessoal, é um tema particular, entende?"
- "Mas é amiga dele? Qual é o tema"
- [já em modo assassino] "Diga-lhe o meu nome, ele sabe do que se trata."
- [com modos importantes de quem domina o poder do PBX] "Eu vou transferir mas sem assunto, duvido que atendam a chamada. Se me disser o que é, consigo passar..." [fica no ar uma putativa tentativa de chantagem]
- "É P-E-S-S-O-A-L!!!!" [grandessissima mula que me tiraste do sério].


Obviamente, só em 20% das situações conseguimos chegar à pessoa. Mas somos vetados de propósito. É pura maldade. Mandam 1 email a dizer que ligou a pessoa que somos nós, metem pelo meio o telemóvel e pra' castigo, juro, não nos passam o telefonema.


Ou isso, ou é mentira que o país seja pouco produtivo POIS NUNCA NINGUÉM ATENDE O TELEFONE E NÃO DEVOLVEM CHAMADAS. Só gente importante. Com recepcionistas eficientes (lembro-me de mais adjectivos mas não lhes vou chamar coisas feias!)



2) porque é moda ter carros que se assemelham às carrinhas frigorificas ou ás ambulâncias? Quanto maior o carro, mais branco ele é. Anda tudo a voar no Skip? Carros brancos são pavorosos, mas aparentemente hoje em dia mede-se o nível de dinheiro / status / gosto por ter 1 carro branco. Significa que se é branco, é recente e se é recente é porque não se está na lista do desemprego (quem é que vocês julgam que compram carros? As empresas...)


Ou isso, ou é cromo da bola sempre atento ao que melhor se faz em termos estéticos. Ou o pato-bravo a quem não basta ter o Q7 ou o X6, carros já por si discretos, mas há que tê-los em branco, para esmagar a inveja do vizinho lá em Telheiras e chamar a atenção às babes à porta do BBC. Ao andar a pé em Lisboa, ninguem diria que estamos em crise. Podem parecer mais poupadinhos com a opção pelo carro estilo Combi da LG, mas a quantidade de viaturas alvas é um abuso.


Até 1 carro A4??? Está tudo doido? (pergunta de retórica)



3) Como é que às 20h não TINHAM sobrado Cupcakes no Campo Pequeno, alguém me explica? Nada, niente ... 3 ou 4 amostras de mini cupcakes... Hello, e quem precisa de doces para amainar a ansiedade???



Vai ser uma semana muito longa...


Comentários

Carlos Santos disse…
As recepcionistas, algumas, fora o seu provável mau feitio, fazem o que precisamente lhes mandam fazer. É certo que não é por vontade própria. É assim em todo o lado e, mesmo que não perceba, pior está a recepcionista que não executar o seu trabalho está em maus lençóis.

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