É tremendamente dificil sentir algo e não conseguir exprimi-lo. Quase a implodir e, mesmo assim, as palavras estarem presas e não se alinharem numa frase.
Quase tão mau como sentir que se tem tudo e, não obstante, faltar qualquer coisa. Como as pessoas que, pacientemente, se propõem a fazer um puzzle de 3560 peças e semanas depois, prestes a terminar, não encontram, por mais voltas que dêem a ultima pecinha. É frustrante. Doloroso.
É como que se existisse um buraco negro que vai consumindo, de forma mais ou menos rápida, mais ou menos intensa, mais ou menos latente. À superfície, tudo está bem, tudo parece bem, há tantos pequenos nadas que valem imenso e são motivo de regozijo e satisfação. Mas, no fundo, há algo que não cessa, que não dá sossego, que não é travado. Gera inquietude, ansiedade, vazio, tristeza. E não passa. Não atenua. Não cura. Adormece, no limite.
Como se vive, assim? Ora aí está o busilis... Não se vive.
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