Há uns 7 ou 8 anos, eu e o Moço juntámo-nos a um grupo de amigos e/ou conhecidos meus, e mais uns quantos desconhecidos, para participar num evento relacionado com uma 3ª pessoa, de quem eu era próxima. Semanalmente encontravamo-nos e preparava-mo-nos o que tínhamos a preparar. Grosso modo, o Moço não gostou de ninguém, excepto um outro participante, cara-metade de alguém que eu conhecia, na altura, há 11 anos.
Até pela área profissional em que se movimentavam, era fácil terem tema de conversa nos intervalos. Inclusivamente, o Moço passou o contacto desse participante a um familiar, pois fazia sentido em termos profissionais.
Durante mais de um mês vimo-nos semanalmente e, depois do evento, vimo-nos esporadicamente durante um ano ou dois. Desde então, creio que não nos voltámos a encontrar.
Há alguns dias, o Moço e o simpático participante reencontraram-se, estando este acompanhado da família que me conhece vai pra' quase 2 décadas. Falaram longamente do que têm feito nos últimos anos, das mudanças de carreira, falaram da tal familiar de quem o Moço havia dado o contacto, actualizaram contactos, ficaram de ir almoçar. Nem sequer lhes passou pela cabeça perguntar sequer se eu era viva, ao menos. Já não digo, mandar cumprimentos (seria pedir demais, eu percebo, dado que não precisam nada de mim, de momento, imagino!) mas nem por cortesia. Em 15 minutos a pessoa que unia a linha dos 6 pontos de separação, resumiu-se a uma única coisa: separação.
Não, não éramos amigos, nunca fomos, a bem da verdade ('deusmalibre!) mas é bom ter noção do quão diminuto de facto é o nosso papel no universo. Porque nos dias em que há duvidas se posso ser demasiado obstinada em levar a minha avante e preferir estar só do que fazer fretes perante o cinismo socialmente correcto, e ter que aturar coisas que não me agradam só para dizer que tenho amigos, eis a resposta: NÃO!.
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