No mundo vivem-se desgraças de natureza variada e cruel e há quem sofra de forma incomparável.
Sem negligenciar essas espécies tortuosas de vida, este cantinho blogueiro é meu e vou usá-lo como sofá de psicanálise. Grátis.
Por circunstâncias várias e amassos na moleirinha, tornei-me gradualmente num ser sem pachorra social. O meu conforto zen chama-se pijama e sofá. E um livrinho ou uma revista. Não tenho forças para momentos de socialização. Não quero ouvir ruídos vazios, não quero estar de copo na mão na rua, não consigo desenvolver conversas sobre tudo ou nada, afligem-me as multidões. Mais, não quero ver pessoas e, sobretudo, não quero ser vista.
Ora, quando ando em pulgas por um rendez-vous natalício; quando nem preciso de me preparar mentalmente para isso, porque estou mesmo entusiasmada com a companhia e o repasto que se adivinha; quando me levanto às 4h30 da manhã para ir trabalhar fora de Lisboa, optimizando o tempo para regressar a horas de estar com quem gosto, antecipando risos e presentes; bom, é toda uma abertura na muralha de retiro que me é tão especial.
Quando os planos saem furadissimos, a decepção é lixada pra' caraças.
É um desabafo extremamente umbiguista, eu sei, mas quando se sofre, até fisicamente, com a perspectiva de estar algures com outros, estes momentos desejados que não se concretizam são uma coisa complicada de gerir.
Nunca disse que era fácil, certo?
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