Ao longo da minha vida escolar tive maus professores. Verdadeiramente, um crime aquelas pessoínhas existirem numa sala de aula. E tive alguns, bons professores. Estes, a aparecerem, durante 19 anos em que me dediquei ao estudo, foram sempre realmente muito bons. Ou seja, faltou equilíbrio. Havia os banais-maus, os mesmo muito maus, os muito bons e uns quantos que cumpriam sem brilhantismo mas também sem nódoa.
Com isto dito, passemos à fase seguinte.
Mesmo muitos dos professores "mancha de gordura" que tive, que pecavam pela falta de motivação no que estavam a fazer, logo mal se preparavam e tinham o mesmo nível de paciência que eu em qualquer sitio em que tenha que esperar, dando aulas arrasadoras de sufriveis; mesmo esses, ou boa parte desses, eram mais qualificados académica e culturalmente, que 85% dos deputados que alapam o real cu na AR. E se alargarmos à classe da "gente" que se dedica a politicar, salvo as excepções, que as há, então... uhuhu!
A conclusão é quase de lana caprina: quanto mais qualificada uma pessoa é, profissional, académica, cultural e pessoalmente, não estará na politica. Até podia ter interesse, apetência e vontade mas ou desiste por não se querer "deitar na cama" ociosa e pouco interessante onde se movimentam os seus putativos pares ou porque lhe cortam as asas: "qu'é lá isto, um(a) gajo(a) com ideias, que sabe umas coisas, com experiência dessa coisa de trabalhar e munido de integridade?". Na-na-na, pessoas deste calibre ... rua. O que é bom, é nivelar por baixo.
Mesmo o menos bem preparado professor deve ficar fodido com o comentário de "emigrem, vá" do Ajudante de Campo do Sô Relvas.
Eu, que não sou professora, e até odeio excel, portanto gosto pouco cá de orçamentos, sou muito mais qualificada que o Passos para o que seja. Perder-me-ia em Massamá, geograficamente não domino (admito), mas sendo mais nova que ele levo-lhe um avanço de anos brutal. Quando o homem se licenciou, já eu tinha feito até um MBA, comecei e desisti de um mestrado, tinha feito uma pós graduação, tinha concluído 2 cursos de línguas e deixado o de alemão pelo caminho por falta de tempo. Mais importante, trabalho há 12 anos. Em condições tão variadas que me deu uma estaleca bem robusta.
Sou a ultima coca cola do deserto? Não, sou uma pessoa normal. Não me encostei a uma estrutura da jota, à cunha do padrinho, à espera que me coroassem "Pedro, o Carismático". Como milhares de outras pessoas, fiz-me à vida.
Apesar de ter trabalho, do qual gosto muito, entendo perfeitamente a necessidade de pensar em emigrar. Porque uma pessoa olha para a situação do país, e ainda que se extirpe a crise internacional, não sente confiança em quem quer que seja que tenha poder de decisão. Há toda uma máquina de criação de decisores que não valem um papel de figurante numa revista do Parque Mayer. É olhar para o Parlamento. Ou observar os Congressos Partidários. Ou atentar aos poderes locais. Ou contar quantos dirigentes de empresas publicas (e até privadas) se pode apostar cujo o seu lugar seria na cadeia. Mas nunca lá irão parar.
Os lideres são fracos, tolinhos, vazios, e/ou corruptos, perdulários, pouco informados, desinteressantes, ladrões de colarinho branco que escapam impunes.
Sim, dá vontade de emigrar. Ou afogá-los.
Mas ainda bem que temos um primeiro ministro* que nos lembra que aquela é uma opção válida. Porque há tanto mundo lá fora (até no Sahara ou nos glaciares, quem sabe!) e cá, não há nada a fazer por nós.
Ele pode não gostar do Cavaco mas é tão idiota quanto o outro. Livra
*a doutrina divide-se. PPC é o 1ºM ou apenas o wing-man desse poço de sabedoria chamado Sô Relvas? Uhm ... hesito!
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