Portugal é gerido por um primeiro ministro mal preparado. Isso já se sabia (acho eu). A quem faltava consistência profissional e experiência. Ok, podem-me dizer que na politica não é nada fora da caixa. Aceitemos, a bem da discussão. Posso mesmo acrescentar que ter, por exemplo, passado empresarial não é necessariamente bom porque tem havido tantos casos de corrupção e abuso de poder de pessoas que levaram para a politica as suas agendas e networking.
Agora, sabemos que Portugal é gerido por um gajo que raia o incompetente, que é um ALDRABÃO e que qualquer boa intenção genuína que pudesse, eventualmente, ter, a deixou em Massamá.
Não tendo votado na tríade Ken de Massamá-Sô Relvas - Gasparzinho, concedi sempre que havia que se fazer sacrifícios. Fui (sou) contra as greves e a contestação dos funcionários públicos, porque acreditei (e acredito) que quando se faz a opção de trabalhar nos organismos do Estado, por interesse, interesseirismo, ou comodidade, tem que se lidar com os efeitos menos bons dessa opção, caso sejam necessários. E porque acredito que a função publica é uma massa disforme, pesada, sem flexibilidade, e muito mal habituada, não permitindo, aos talentos que nela existam, elevar o funcionamento global e progredir na carreira. Há demasiadas pessoas que funcionam mal e que puxam a estrutura para o atoleiro.
Também aceitei os cortes, as taxas, as austeridades que todos cidadãos teriam que enfrentar em prol de tentarmos por as coisas no carris. Sou a favor do fim (mesmo que temporário) dos feriados, foi contra a sabotagem generalizada na fantochada do feriado que nem é obrigatório do Carnaval. Se fosse lei, trabalharia mais meia hora sem merdas nenhumas contra. Acho que temos mesmo que trabalhar, coisa que não estamos habituados. Trabalhar não significa estar no local de trabalho com o PC ligado. Coisas diferentes. Há um conceito de produtividade pelo meio.
Não obstante, há limites. Cortar nos rendimentos da classe média, atrofiá-la em impostos, reduzir drasticamente as medidas de apoio aos mais carenciados, são medidas ESTÚPIDAS porque afectam a capacidade de animar a economia, estrangulam o grosso da população e dramaticamente afectam os mais pobres. Sempre bati neste ponto: não se pode parar a economia ao gerar que a maior franja de contribuintes deixe de consumir, e passe mesmo a precisar de apoios. O que está a acontecer com estas medidas é uma redução das receitas derivadas de impostos e uma maior necessidade de fazer face a quem necessita ou passa a necessitar da segurança social.
Há mais insolventes, mais desempregados, mais empresas que fecham todos os dias, porque a economia contrai-se, também, diariamente. Como Cavaco Silva, esse pulha, acedeu a acabar com a agricultura, as pescas e a destruir o tecido industrial, face aos milhões que chegaram na década de 80, da então Comunidade Europeia, somos um pais que depende do consumo e do comércio. Podemos ter óptimos produtos para exportação mas são-no em qualidade não em quantidade. Dommage, mas é este o cenário, não se pode apagá-lo porque não fica bem na fotografia.
Ao mesmo tempo, não há medidas de relevo que se conheçam de corte na Despesa Publica. Engrossam as fileiras das nomeações dos amigos dos amigos, dos filhos dos amigos e a corja do costume. E, pior, tudo aquilo que foi dizendo, Ken de Massamá, como tantos outros filhos da puta antes dele, vai-se contradizendo e percebe-se que vão ainda mais apertar o cerco e minar este país. O convite para partir parece ser quase uma mensagem de aviso de quem sabe que não tem unhas para tocar esta guitarra.
Passos não tem missão, visão, objectivos estratégicos definidos. Nem sequer ideias. Anda ao sabor do vento da Troika, dos interesses de quem manda de verdade. Não é um gajo com consciência social que perceba que aumentando as propinas e, em simultâneo, cortando no financiamento a bolsas, está a mandar para a rua centenas, milhares de estudantes universitários, uns que já viviam à rasca, outros a quem a vida familiar deu uma volta brutal nos últimos 6 meses (diminuição do rendimento do agregado, pais desempregados). E mesmo que argumentemos que havia demasiados putativos "senhores doutores", a verdade é que também não há emprego para estes jovens, quer sejam licenciados, quer sejam desistentes.
E o que é um país cujo o sistema de ensino já era mau e agora se torna inviável? Onde se constroem bases? O que é um país cujo sistema judicial é tão intrincado, baseado em palavras longas, processos arcaicos e burocráticos, tratamentos reverenciais que cheiram a mofo e que simplesmente não funciona? É um desastre. Tenho mais medo de ter um processo em tribunal (e tenho um) do que ter que ir a um hospital publico. Porque, felizmente, posso accionar o seguro de saúde e socorrer-me do sistema privado, em prol de rapidez ou somente de uma segunda opinião. No sistema judiciário, caímos lá e não saímos do reino da incompetência e do atraso de vida.
O que é um país que é governado por mentirosos? Descaradamente, mentirosos? Que em situação tão grave, em vez de criarem uma motivação honesta, ainda que dura, a necessária para que as pessoas "caiam na real", mentem?
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