Há uns dois anos, a minha amiga C. divorciou-se do seu mui adorado marido, um estupor de primeira, mas estas coisas acontecem. É como um melão, só depois de abrir... Na altura, mais do que o divórcio, o que espantava C. eram os amigos, comuns ou não, que desde a separação tinham ido com o vento. Puff ! Foram-se. Durante meses nem um telefonema, um SMS, um email, pombo-correio, a saber se ela estava bem, se se estava a aguentar, se queria um lenço para chorar, se precisava de ajuda na mudança, se necessitava de dinheiro para comprar um jarro para a água que fosse (o ex partiu tudo o que havia na antiga casa num acesso de raiva), se queria companhia para uma ida ao cinema, para um café, para uma orgia de bolos de chocolate e pipocas. Apagaram-na com uma espécie de photoshop emocional. Porém, pior do que isto (já expectável, em conceito) foi, meses depois, quando encontrava alguns dos desertores, estes a tratarem como se nada se tivesse passado, com o maior entusiasmo como se ainda fo