Gostava de ver os funcionários públicos explicarem aos milhares de desempregados, àqueles que querem e precisam de trabalhar, àqueles que já não têm direito a IAS (aka subsidio de desemprego) ou o valor é claramente inferior às suas necessidades, esta greve.
É uma merda terem cortes, receberem menos subsídios, terem carreiras congeladas. Indubitavelmente. Mas é o preço que se paga por se trabalhar numa organização em dificuldades. E o preço por se optar por trabalhar para o Estado e manter-se na Administração Publica, com todos os defeitos que se lhe aponta. Não é Serviço Militar Obrigatório, vai quem quer, fica quem quer. A quem dá gozo o trabalho desenvolvido ou a quem dá jeito as regalias e o laxismo que se sabe.
Se fosse uma empresa com 10.000 funcionários que fizesse cortes de salários, congelasse aumentos e promoções ou mesmo despedisse metade para sobreviver e salvar a outra metade, gostaria de ver as ondas de solidariedade dos funcionários públicos. É que essa situação anda a acontecer cá e no resto do mundo desde, sei lá, 2008. A diferença é que quando a FP pára, o país entregue a uma FP “gorda” e sobre-dimensionada, pára.
Tenho amigos e conhecidos na FP. Queixam-se claro. Com razão, concedo.
Mas não os ouvi reclamar quando almoçavam durante horas às custas dos laboratórios que pagavam a conta dos médicos, ou saírem todos os dias entre as 4 e as 5 horas para ir ao ioga ou à ginástica, ou das viagens para pais, avós, amigos e piriquitos nos belos aviões TAP, ou ou ou …
A minha opinião sobre a greve geral: egoísmo. Puro e duro. E se estivesse, ainda, desempregada, agredia quem me falasse na greve. Juro.
Comentários
"Sou da geração 'vou queixar-me para quê?'
Há alguém bem pior do que eu na tv."