É proverbial dizer-se que no processo de optar, há sempre algo que se perde.
Por mais racional que seja a escolha, por mais óbvios que sejam os dividendos (um beijo apaixonado, uma caricia de um filho, uma viagem a África, um por de sol com um bom vinho, uma sessão de cinema), o que é preterido encerra em si uma perda. Pode ser menor, mas é algo que não fazemos / vivemos / experimentamos/ ganhamos num determinado contexto.
Tenho andado a amassar pão desde há anos (figurativo, asseguro). Com alegria, boa disposição, de porta aberta (da cozinha... sim, figurativo), com vontade de partilhar o resultado, com amigos por perto, com tristeza, desilusões, muita lágrima, com uma dor que atravessa, instala-se, comprime, bloqueia. E sempre a bater na massa, com esperança que o pão ganhasse forma e ficasse bem cozido.
Eternamente, uma carcaça.
No entanto, encontrei fermento. E não o vou largar. A vida é feita de prioridades. E neste momento sei qual é a minha. Contra os gurus, as vozes da experiência, os ditadores do calendário de vida.
Tenho uma opção que me faz sentir realizada, satisfeita, que exije que eu vá mais longe. E que me obriga a abdicar de tempo e de pessoas. Ou melhor, a racionalizar melhor o tempo e apenas usá-lo com algumas pessoas.
A escolha pode incluir perdas mas estas só o serão se não sentirmos como basilares ou não aproveitarmos ao máximo as opções que fazemos.
Vou ganhar prémio miss simpatia? Não. Vou bater recordes de socialização? No way! Vou dormir muito? Espero bem que sim ou dar-me-á fanico. Mas estou muito segura e optimista. E é bom.
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