Sentia-se cansada, com cabelo indomável, cara queimada do
sol, exausta, mas com desejo sem fim. Queria-o. Com ele era a intensidade
certa, a profundidade certa, a força certa, o aperto certo. E o beijo. Tesão
imediata e única com um abraço sem igual. O melhor. Com ele dormia sempre
tranquila. Nos braços certos.
Na sua ausência, de alguém que a preenchesse assim,
depois de todos demais falhanços, sentia a falta da violência daquela paixão
agressiva que lhe consumia todos os cantos da mente até não se lembrar de nada
mais. Apenas que era dele, toda sua e sem volta atrás, sem apelo, sem pensar,
sem controlo, dor e submissão e, por fim, aquele rasgo de meiguice. Um afecto só
deles. Tudo se rompia, sem pudor, até todas dores e rejeições saírem, até todos
os enganos e dissimulações serem abolidos da sua mente.
Queria-lhe o toque animal. O olhar de quem a devora e,
sem hesitações, solta todos os seus demónios, dominando os dela e libertando os de ambos. Queria a sua vontade quebrada, sentir-se viva, com prazer sublime e
pertença àquele momento.
Sentia-lhe saudades.
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