Os tugas são uma espécie gira.
Talvez não seja só em Portugal que estas coisas acontecem, mas pelo menos cá, nestas bandas, nestas terras férteis de gente parva, o material é mais que muito, nada a fazer!
Ponto 1: Quando vejo uma amiga ou amigo a fazer uma viagem que gostava ou a ficar num hotel que me enche as medidas do sonho ou a comprar algo que eu gostava muito de ter, admito que fico com aquela coisa "raios, olha-me esta mula/cretino, a sorte que tem, acho bem que me traga um presente da viagem, uma caneta do hotel ou me deixe experimentar... sei lá, o Ipad". Assumo que, em muitos casos, fico com aquela coisa de miúda de "também quero"! Mas não fico a remoer de inveja doente, quanto muito entusiasmo-me em poupar para conseguir o mesmo ou, quem sabe, até desisto depois de ter mais pormenores. E fico contente se os meus amigos estão contentes.
Ponto 2: Gosto de coisas que, ao meu olho, são bonitas, seja um livro (na sua espécie de beleza!), uma carteira, um relógio, um caderno, um casaco, um soutien, um anel, umas botas, um chapéu ou um verniz. Ou uma BIC, desde que escreva da forma como eu gosto, deslizante, com a grossura ideal, e com aquele azul que, no entanto, só a Molin tinha!
Se as coisas existem, são para ser compradas ou então esta sociedade não anda para frente. Quer queiramos ou não, a sociedade é de consumo. A mim dá-me igual se a TV até me mandasse beijos, eu ia sempre preferir uma 2.55 da Chanel. Como há quem adore a sua carrinha estilo familiar para um casal com um recém nascido. Eu adoro casacos jerseys. Há quem goste de férias 5 estrelas na Índia ou nas Maldivas, eu por muito que goste de viajar, prefiro ir ali a Londres ou ao norte da Europa. Mas as coisas estão à nossa frente: quer seja um frigorífico xpto ou um relógio. E como não sou nem hippy nem tenho estilo de vida em comunidade new age, vou ignorar as coisas que gosto?
Posto isto:
- obrigo a alguém a comprar as coisas que eu compro, uhm?
- roubo dinheiro a alguém para o fazer (nem sequer há provas!)?
- sou uma pessoa pior porque tenho paixão por carteiras? Seria uma pessoa com melhor índole se gastasse dinheiro em acções? Ou em idas a restaurantes caros para ser vista, dado que não sou pessoa de palato apurado? Ou em bebedeiras todos os fins de semana? Seria menos olhada de lado por ser consumista mas ai chamavam-me, sei lá ... galdeira?
- as marcas existem por alguma razão, porque despertam paixões. Há algum problema em ser mais sensível a isso do que o comum dos mortais? E a Zara não é também ela uma marca?
- porque não vão marrar com o comboio de chelas?
- aprendam que a inveja é uma coisa feia. Eu não sou religiosa, mas consta que até é um pecado mortal.
Arre, deixem-me em paz!
Tenho dito
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