Será que te lembras de mim?
Sempre que alguém se acerca, me consome num abraço pleno,
me agarra o cabelo com sabedoria e se dirige aos lábios com a vontade de como
se fosse a primeira vez.
Será que pensas no meu toque?
Quando outrem me roda com volúpia no amarrotado dos
lençóis e me puxa para uma confusão de sentidos, intenso cheiro a corpos em
batalha, arrepios, suor e gemidos.
Será que sentes a ausência da minha presença?
Sempre que me aninho no peito de outro para adormecer, já
derrotada pelo peso das horas, das decisões, da intensidade da caminhada, da
entrega no sexo, e só busco amparo para usufruir da minha solidão.
Será que alguma vez vou escapar da perseguição da tua
voz, da subtileza como me levantavas do sofá com malicia de quem se ia perder
no quarto, da segurança do meu silêncio no teu?
Vou gostar de ti, sempre. Mesmo
que todos prazeres do mundo se desenlacem à minha volta, mesmo que não tenhas
de mim qualquer imagem, será que alguma vez trocarei todas as emoções gentis
que outros me dão por ti?
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