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Crise Politica - onde pedir asilo?

Para já, a minha opção inicial são os Açores.

Receio que, visto de fora, o país já não seja alvo de uma intervenção do FMI. Creio que vão chegar, de um dia para o outro, Blackhawks alucinados, tropas com vestimentas altamente cromas, cheias de virilidade, e seremos alvo de uma intervenção do Alto Comissariado para Países Alucinados. 

Portugal seria leiloado (quer me parecer que seríamos comprados por Angola, 'tamos juntos né?), as prisões transferidas para a Madeira e o resto da população atirado para um campo de refugiados lá para lados da Galiza (eu peço desde já um livre transito para ir para os Açores... acho que me adapto à melancolia de ilhéu perdido no Atlântico).

Não, eu não estou doente... O país é que é demente! Doido varrido. Ninguém escapa. Está tudo passado dos cornos.

Ora nós estamos, caso se tenham esquecido, com um Governo demissionário, no meio de uma muita batida crise política sustentada pelo afundanço económico-financeiro, com dividas assim pró consideráveis a pagar às entidades externas, ainda este semestre. 

Apesar disso, o Presidente da Republica  decide tirar o fim de semana e em vez de acelerar as medidas a tomar (ex: falar com o Jaime Gama), adia para 2ª feira, como se fosse um mero assalariado que cumpre horário e está-se a borrifar. Amanha, retoma-se a intervenção presidencial, necessariamente à pressa porque chega Carlos e Camilla a este Ninho de Cucos. 

A oposição está já a escolher o mobiliário para quando forem governo e nos intervalos de dividir os futuros "jobs" , só fazem merda. Acham que o PEC IV foi vetado? Pois, pois, esperem pelo Plano Massamá e vão ver como as coisas vão doer. 

Mas como se nada disto passasse, como se não fosse grave, desde sexta feira que Portugal oscila entre a gargalhada com o desastre do Futre, que disparou que nem bala nas redes sociais, com a incredibilidade perante o que aconteceu para lados de Alvalade. As televisões transformaram as eleições de um clube desportivo (que nem sequer é o principal clube do país) numa noticia tão grande como a visita do papa, no mínimo. Todo o sábado a alimentar-se de uma coisa banalíssima que não merecia o destaque que teve.

Por fim, Alvalade esteve à altura do protagonismo que lhe foi dado. Pareciam eleições num pais africano. Que houve bandalheira, não há duvidas. Que houve manipulação nos votos, parece-me que sim. Seguiu-se o motim dos excelsos nobres sportinguistas. Pra' porrada, já somos iguais, mas eles é que são elitistas. 

Quem observar o que se passou, ao fim de horas e horas de contagem de votos (coisa mais arcaica), pensa: "porra, estes gajos são uns índios, nem na treta de um clube conseguem organizar-se. Mandemos os Tomahawks."

Se isto não bastasse, na passada 6ª feira os consumidores frenéticos tomaram de assalto Fnacs (no Dolce Vita, em 15m.), Wortens e Apple Stores para comprar Ipad2. No Chiado a fila, ao fim do dia, chegava á rua. Para quem não sabe, o mais baratinho dos Ipads 2 custa €479. Eu sei que é mais fino, mais leve, mais rápido, tem 2 câmeras, eu sei que é apetecível, eu percebo que há quem poupe para comprar; mas não entendo a afluência em massa, em histeria, nesta altura. 

Nós - Portugal - estamos a bater mal. 

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