Sentia-lhe o olhar intenso a queimar por entre o vestido negro.
O contorno do peito, até então discreto, parecia-lhe que ganhara uma exposição nova. Subitamente sentia que estava sob alcance da mão dele, desejava que ele o fizesse e enterrasse a boca num mamilo.
Um arrepio sulcou-lhe a espinha e aqueceu-lhe as coxas. Todos
continuavam a conversar, banalidades, mas o filme sem legendas possíveis que
decorria na sua cabeça era mudo, apenas entrecortados com gemidos.
Imaginava-lhe o toque, a submissão perante atitude de comando indisfarçável que
ele emanava. Era como se já estivesse nua, de mãos trémulas agarradas ao
parapeito sob o peso dele que a consumia ora devagar ora com voracidade quase
animal.
Gotas de suor tímidas caiam-lhe pela nuca contrastando com a violência
do que a devorava.
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