... mas pelas más (péssimas, desastrosas, razões. Diria mesmo, razões borda fora e deixai-o a boiar no oceano): Ricardo "Ladrão de Gravadores" Rodrigues.
O homem que cometeu a proeza de, às claras, na Assembleia da Republica, em frente de testemunhas, praticar, em simultâneo, o acto do fananço, com algum jeito (com prática podia fazer a Linha Azul em hora de ponta) e o de calar a imprensa quando o tema não lhe agrada; que mesmo assim nem o imbecil do Assis "os teve no sitio" para o recambiar para fora do Parlamento nem Sócrates lhe atirou com nada à cabeça; que se manteve impávido e sereno pelos corredores do hemiciclo como se não fosse um ladrãozeco sem carácter.
Gosto muito deste senhor, advogado, corrido dos Açores por uns escandalos nebulosos e que já na Assembleia da Republica, como Deputado, foi Membro da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias (conceitos que naquela cabeça deram o resultado que deram, por dios!), Membro suplente da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Publica e, a minha de eleição, Membro suplente na Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, tudo coisinhas que no homem abundam.
Como já foi amplamente noticiado, RR foi nomeado para o Centro de Estudos Judiciários (CEJ), com o solene posto de representante da Assembleia da Republica no Conselho Geral. Ora, já não bastava ao CEJ ter a fama de deixar os alunos - futuros magistrados do país (eu e juízes: colisão, BUM!)- como ainda leva com um tipo cujo sentido ético é, no mínimo, discutível.
E, pior, escolhido pelos pares, que ou se querem ver livre dele e acham que o CEJ é o campo ideal para o RR dar largas á sua imaginação (não abona a favor do CEJ....) ou o consideram a pessoa indicada, o que explica muita coisa. Sobretudo porque devíamos ter menos deputados e as suas acções anuais, no cargo, deviam ser expostas em praça publica, para confirmarmos o grau de envolvimento, de ideias, de propostas e de faltas, bem como serem alvo de uma avaliação de desempenho.
Perante esta brilhante decisão, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) acusou a AR de "falta de juízo crítico" pela escolha que fez (foram simpáticos, podia ser pior o insulto!), dado que, lê-se no comunicado, o deputado está "pronunciado pela prática do crime de atentado à liberdade de imprensa", aguardando julgamento, e há "dúvidas relevantes sobre a sua idoneidade para ocupar tal importante lugar" na escola de formação de magistrados (onde os alunos copiam, portanto de maus exemplos a malta está abastecida).
Falta de juizo é mesmo a expressão certa. Mas já nem é critico. É falta de juizo. Ponto. Temos uns deputados sem juizo, temos um Parlamento em desnorte, uma presidente da Assembleia da Republica que provavelmente não tem que se pronunciar sobre a matéria MAS DEVIA; um Sr. Silva que mesmo que não se tivesse que pronunciar, que o fizesse. Alguém que o faça. Alguém tem que ter responsabilidades sobre uma decisão profundamente estupida e que cheira a tacho a léguas, mas está tudo calado, aparentemente preocupado com o défice, só a fazer merda em função do défice e Portugal é gradualmente uma Itália de 2ª categoria. Sem Milão.
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