Avançar para o conteúdo principal

Tztztz

A grande maioria de vocês, bondosos leitores que me dão atenção, não se apercebe porque, abençoados sejais, saem de manhã, ainda pela fresca, com o carro directo da garagem, de janelas fechadas e ar condicionado já ligado, quase de certeza estacionam no estacionamento da empresa, passam o dia no escritório perfeitamente climatizado, sem janelas abertas. Se saem para almoço, ou é a correr, ali mesmo perto, porque está um bafo que não se aguenta, ou porque não há muito tempo; ou vai-se socializar mais longe, a lazer ou a trabalho, de carro fresquinho, a um restaurante também ele com uma boa temperatura ambiente. 

Ao fim do dia, no regresso a casa, ao ginásio ou ao shopping, seja ainda a uma hora decente, mas quente, ou noite avançada, a rotina é a mesma. 

Assim sendo, ainda não repararam num elemento altamente perturbador que afecta quem vive na cidade, no sentido passeio, rua, paragem do autocarro, passadeiras, e afins. 

Se o calor é soberbo para dias e dias de praia em Outubro, na verdade já chateia. Por coisas "piquenas" que ninguém se lembra... As alergias (ando louca com a sinusite), as colheitas  em risco de trazerem mais problemas aos agricultores,  as vindimas que eventualmente foram severamente afectadas... Coisas que ninguém pensa quando se delicia com mais uma bola de berlim no bucho. Ninguém tem culpa da ordem metereológica, claro, mas é só mais uma ligeira prova do egoísmo reinante nesta sociedade.


Já estou a viajar na Nutella... 


Este calor inusitado trouxe a Lisboa, moscas. Fluxo non-stop de moscas. Mosquitos. Bichinhos que voam, fazem barulhinhos, são nojentos, trazem lixo atrás e encostam-se a nós. Hoje tive em Santos, zona menos quente pela santíssima proximidade ao rio, e enquanto esperava à sombra parecia que estava em África, naqueles climas abafados com moscas por todo lado. 


Por estas bandas, com jardim, não está muito melhor. 


Com as temperaturas a subirem nos próximos dias, raiosmapartam, se não vou inundar a casa com anti mosquitos. 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

a importancia do perfume e a duvida existencial do mês

Olá a todos advogo há bastante tempo que colocar perfume exalta a alma; põe-nos bem dispostos e eleva-nos o bom espírito. Há semelhança do relógio e dos óculos de sol, nunca saio de casa sem perfume, colocado consoante a minha disposição, a roupa que visto e o tempo que está. Podem rir-se à vontadinha (me da igual) mas a verdade é que sair de casa sem o perfume (tal como sucedeu hoje) é sempre sinal de sarilhos. nem mesmo umas baforadas à socapa no táxi via uma amostra que tinha na mala (caguei para o taxista) me sossegaram, ate pq não era do perfume que queria usar hoje. E agora voltamos à 2ª parte do Assunto deste email: duvida existencial do mês Porque é que nunca ninguém entrou numa loja do cidadão aos tiros, tipo columbine, totalmente alucinado dos reais cornos? É porque juro que dá imensa vontade. Eu própria me passou pela cabeça mas com a minha jeiteira acabaria por acertar de imediato em mim pp antes de interromper qq coisa ou sequer darem por mim. lembram-se de como era possív

Do acosso

Este calor que se abateu com uma força agressiva consome qualquer resistência.  O suor clandestino esbate vergonha e combate qual sabre as dúvidas.  A noite feita à medida de libertinos cancela as vozes interiores que alertam para mais uma queda dolorosa. A brisa quente atordoa, embriaga no contacto com a pele. O tempo pára, as palavras suspendem entre olhares que sustentam no ar tórrido toda a narrativa; qual pornografia sem mácula, mas plena de pecado. A lua cheia transborda e dá luz à ausência de sanidade que percorre no corpo. Tudo parece possível, uma corrente de liberdade atravessa-nos com o sabor do quente esmagado. E, mesmo assim, pulsa algo mais intenso. Mais derradeiro. Mais dominador. Mais perverso que o toque dos dedos. Mais agressivo que a temperatura irrespirável. O freio da impossibilidade.  A intuição luta com o medo e na arena o medo mesmo que picado tem sempre muita força. O medo acossa-nos.

Os lambe-cus (MEC)

Os Lambe Cus, by Miguel Esteves Cardoso   "Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele. Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá- los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia. Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alun