A minha primeira melhor amiga foi minha colega na primária.
Éramos a coisa mais antagónica que existia, benzadeus. Ela era magra que nem um esparguete, usava cabelo ruivo à pajem e era mais calada que a sombra do Lucky Luke.
Já eu... Não me calava nem que batessem (geralmente ripostava com a força dos argumentos das botas ortopédicas), era uma bola e tinha cabelo liso louro angelical, parecia que saído do cabeleireiro.
Quase 30 anos depois reencontrá-mo-nos, através de um amigo comum. E, bom, eu diria que nem mudámos assim muito. Eu reconheceria-a na rua. Mas mudámos.
Aos 35 anos, está uma mulher linda, alta, magra. Podre de boa, basicamente. Sem esforço. Só assim, como quem come, dorme e respira. E tem um cabelo, já não à pajem, graças a Santa Prada, mas fabuloso. Está muito mais sociável. Arriscaria a dizer, mais do que eu. Dotada de uma inteligência mordaz e um sentido de humor acutilante, só não corre mais porque não lhe apetece. E isso é uma grande paz de espírito.
Porém, se eu sou gaja para não ter, nem de perto nem de longe, os 5 alqueires bem medidos, a bela ruiva também tem as suas pancadas. É-se ser só abençoada pela Natureza, querem ver? É difícil fazer o "click", furar a carapaça, a vida não é perfeita só porque uma mulher o é, à vista desarmada.
Mesmo assim, foi bom tê-la voltado a encontrar. Lembro-me de tantos pormenores da nossa infância. Da minha infância. Que surgiram assim que a vi. Ela também se lembra. E eu era uma criança horribilis. Pudera que agora ela não me dê atenção. Devem ser traumas das suas memórias.
Parabéns, Bicho. E, vá, eu entendo. Tem dias.
Comentários
;-)
Odeio foguetes, credo! Guardo o champanhe!
Voltas qd quiseres
Lol