Ser genuíno. Não rendilhar com hesitações.
Ser honesto, ser completo e ir atrás do que se quer. Sem receio de julgamentos. Recusar jogos de fingir, de teatro, de sombras e bailado em pontas para não causar danos em outros que vivem à defesa. Conscientes dos riscos, dos novelos que nos condicionam e afastam do que queremos. Saber quando parar e assumir o que não vai acontecer.
Ter a lucidez de sentir a paixão a arrastar-se por nós, a sulcar-nos em cada novo acordar, e mordê-la, submetê-la ao silêncio pois não passará disso: uma dor galopante pelo corpo na solidão de todos dias.
Ter o discernimento de aceitar que as desilusões são parte desta pele exausta e fria e que são hábito feito vida.
E nesta clarividência trilhada em gritos mudos, vamos recomeçando a cada nascer do sol, quando o banho lava as nossas resistências e o espelho nos devolve o que somos. Verdadeiros. Corajosos. Descrentes. Sofridos. Só nós.
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