Somos profetas da dor indizível. Receamos que se a desenharmos com contornos ela ganhe vincos abrasivos de giz a raspar na ardósia. Cortará ainda mais o que já de si nos foi sulcando a pele curtida pela imprevisibilidade, pelo cansaço, pela temperança que não desejamos.
Somos escrivas de olhares que pedem muito em troco do mesmo nada, encostados a doses finitas de emoção e sorrisos que apenas se abrem.
Grassa em nós a exaustão onde pulsa a vontade, o desalinho, a ausência de um sol apaziguador de quem anda em tempos desencontrados.
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