A cordaste de modo pacifico enquanto o Sol se aventurava pelas frestas da janela mal fechada, soltaste um braço da lisura do lençol de linho e esfregaste, ao de leve, os olhos tentando trazer à tona as recordações mais recentes do que foi feito antes de teres despertado. O vazio bailava no quente dos teus olhos negros... não te lembravas de nada, estavas perdido como era teu costume pelo amanhecer. Bocejaste baixinho e aninhaste-te mais um pouco . O bservei os teus movimentos pela nesga de espelho que conseguia vislumbrar da cómoda e deixei-me estar quieta, com medo que desses por mim, que te espantasse. Quase não respirava só para que a minha presença não fosse descoberta, estando ali mesmo ao teu lado, colada a ti pela imobilidade dos dois corpos, no silêncio do quarto interrompido pelo temor acelerado do meu ritmo cardíaco. “B om-dia”, disseste em tom calmo adivinhando os meus receios. Suspirei, mas custou devolver-te a resposta. Que tonta, é fácil de dizê-lo agora, mas naquele
Stuck In Reverse