Avançar para o conteúdo principal

Dos bruxedos

Exmo(a). Senhor(a) FdP que me rogou praga, agradecia que me retirasse a magia. Duvido que lhe tenha feito mal mas se o fiz, foi por distracção certamente. Sou dada ao impulso. Se é só maldade no seu coração, get a life, ok?
Já não há cu que aguente tudo, mas tudo a correr mal. Não há nada em que toque que não caia. O cabelo parece o de uma criança abandonada na selva, cheio de nós que só se desfazem quando madeixas inteiras saltam da cabeça. Todos os dias.
 
Ontem ia ao cinema ver um filme que queria muito ver. Um filme que contava ver sentada no sofá, mas falharam-me. As pessoas falham-me muito, tanto que já que nem me surpreende. Aliás, a minha impressão das pessoas não é assim muito generosa mas não é por aí que me atiram ao tapete.

Dizia eu que ía ao cinema. Estava a chegar à bilheteira quando toca o telefone e desatam a soar sirenes. O ferro de engomar, em fase de suicídio, provocava curtos-circuitos sempre que era ligado, os quais faziam o quadro eléctrico desligar e este, por sua vez, fartinho de andar naquela rambóia liga-desliga disparou um alarme, até então desconhecido. Lá corri para casa, lá se foi o Ewan McGregor, o fim de dia cinéfilo, uma puta de telha descomunal e uma enxaqueca que decidiu regressar.

E ainda tenho que gastar dinheiro num ferro. Coisa mais estúpida.

Hoje, de manhã, na banheira prestes a ter que lavar a cabeça pelo 500º milhão de vezes e já com esguichos de água, é que me lembrei que quando o sacana do quadro dispara, o gás é imediatamente desligado, por segurança, no quadro externo. Sai da banheira, veste o pijama, o roupão (e só porque não há uma burqa, porque o pavor de encontrar algum vizinho com algum pedacinho de corpo disforme à vista é grande), vou à casinha da manutenção cuja porta se fecha mais rápido que eu adormeço, fico às escuras, vou contra um contador, lá acerto com a merda da luz, até finalmente conseguir tomar um banho.

Tem sido assim toda a santa semana. Tanta treta de superar adversidades (desde 2008 a bater-me com elas, sem dar tréguas, mesmo que a morrer, ahn!!!), aceitar os maus momentos e dar a volta, ter força de vontade... quem é que pensa estas merdas? O Dr. Phil, não?

Tirem-me lá o cabrão do mau-olhado que estou tão cansada, mas tão cansada que até é um desperdicio de tempo e dinheiro. Vosso, seu. De quem seja.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Os lambe-cus (MEC)

Os Lambe Cus, by Miguel Esteves Cardoso   "Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele. Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá- los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia. Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alun

Devo ser a unica mulher

Que gosta do Mr. Big. Pois que gosto.  Enquanto a Carrie era uma tonta sempre à procura de validação e de "sinais", a complicar, a remoer, ser gaja portanto, o Mr. BIG imperfeito as may be era divertido, charmoso, sedutor, seguro (o possível dentro do género dos homens, claro), pragmático.  E sempre adorou aquela tresloucada acompanhada de outras gajas ainda mais gajas e mais loucas.  Fugiu no dia do casamento? Pois foi. Mas casaram, não casaram? Deu-lhe o closet e um diamante negro.  Eu gosto mesmo muito do Mr. BIG. Alguma vez o panhonhas classe media do Steve? Ou o careca judeu que andava nu em casa? Por Sta. Prada, naooooooooo! 

Do acosso

Este calor que se abateu com uma força agressiva consome qualquer resistência.  O suor clandestino esbate vergonha e combate qual sabre as dúvidas.  A noite feita à medida de libertinos cancela as vozes interiores que alertam para mais uma queda dolorosa. A brisa quente atordoa, embriaga no contacto com a pele. O tempo pára, as palavras suspendem entre olhares que sustentam no ar tórrido toda a narrativa; qual pornografia sem mácula, mas plena de pecado. A lua cheia transborda e dá luz à ausência de sanidade que percorre no corpo. Tudo parece possível, uma corrente de liberdade atravessa-nos com o sabor do quente esmagado. E, mesmo assim, pulsa algo mais intenso. Mais derradeiro. Mais dominador. Mais perverso que o toque dos dedos. Mais agressivo que a temperatura irrespirável. O freio da impossibilidade.  A intuição luta com o medo e na arena o medo mesmo que picado tem sempre muita força. O medo acossa-nos.