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Fim de semana

Passou num ápice. E foi muito agitado. 


Não faltou passeio no Chiado, a encontrar amigos todos, assim como quem está  na mesma praia. Café no Starbucks, almoço no Fábulas, lanche (pra' alguns, há quem ficasse pelo café e 2 águas) na Bénard. Picámos o ponto na Zara, MD, Mac e Muu.


E muito evento cultural. Deitei-me eram quase 3 da manhã, no Sábado. A PURA DA LOUCURA (não sei como!)

Sábado


Sala Azul, do Teatro Aberto



Peça: O Senhor Puntila e o Seu Criado Matti, escrita em 1940, durante o exílio de Bertolt Brecht na Finlândia.
Amante da pinga, Puntila sofre de dupla personalidade: quando está sóbrio, é arrogante e egocêntrico, quando está ébrio, é fraternal e compassivo. Oscilando entre ambos os extremos, ele surpreende e confunde tudo e todos, amigos, subordinados e desconhecidos.
À altura de Miguel Guilherme que está magistral. E divertido. Bem secundado por Sérgio Praia, o criado. É uma parábola, mas longa. Podia ter menos meia hora, 45 minutos até. A cena das noivas é uma secaaaaaaaaaa. E apesar da musica em palco até trazer alguma animação e, em determinados momentos, contextualizar a história, as cantorias tipo escuteiros em missa estavam a dar comigo em doida.
Domingo
Sessão dupla de cinema, seguida, sozinha. Maravilha.
Sem pipocas, com muita 3ª idade ressonante na sessão das 13h30 mas sem companhia geradora de stress, qualquer que ele seja. E um livro para os tempos mortos.
1º Round - O Discurso do Rei.

Não há nada a dizer. Colin Firth, o meu mítico Mr. Darcy, esse ser capaz da atracção mais contida (e alucinada), está soberbo em toda a dimensão da sua personagem. O filme não dilecto, o irmão preocupado, pai carinhoso, príncipe criado ao sabor das nannies e das contrariedades de saúde que não ficavam bem na Família Real. O homem que não queria ser Rei, porque não estava à altura de falar ao seu povo. Magnifico! Não há mesmo nada a apontar. Uma pessoa sai do cinema a querer que aquele senhor perseverante e gago (e lindo!, apesar dos 50 anos) seja o nosso líder. ÓSCAR
Geofrrey Rush leva o seu papel com brilhantismo. Apenas isso. ÓSCAR
A narrativa é excelente, o décor está bem retratado, o Churchill está mal escolhido, a fotografia é boa e é um grande filme. A Time Out deu-lhe 5 Estrelas (ainda bem que não foi o Director Adjunto a fazer a critica pois seria a desgraça). Li umas criticas de de que o filme não explora bem a situação histórica da abdicação do irmão, mas ao amiguinhos da Sábado e da Visão, o filme é sobre o problema de gaguez que afectava aquele que veio a ser rei e não sobre os segredos sexuais chineses da Wallis, nem o gosto pela coca e pelo Hitler do Eduardo.
Acho que devia levar o Óscar para Melhor Filme (começo já a dar porrada nos Cohen por não gostar de western style!).

2º Round - O Cisne Negro

Não consigo dizer, muito. Fiquei muito tempo no cinema, depois do filme acabar, a ver o genérico passar, ainda em semi luz, a mastigar o murro no estômago. Gosto de ballet. Adoro o Lago dos Cisnes. A grandiosidade musical de Tchaikovsky arrepia e, ao vivo, emociona. 
Como um todo, o filme não é "O" filme, mas com a Natalie Portman tudo se engrandece. O seu  nível de empenho, de sacrifício para construir aquela singela personagem de choro fácil, sem peito e 40 quilos, com umas costas em que se notam todas as costelas, um torso seco esculpido à bailarina, a intensidade que põem em cada movimento, desarma. É de uma entrega violenta. 
A sua transformação em Cisne Negro, no final, é brutal. Há uma grande beleza no modo como se desenrolam as cenas finais, como se fossemos sugados para o ritmo frenético da sua demência, nunca sabendo quando estamos perante um twist de thriller ou mais um descalabro da sua vulnerabilidade. 
Mas se não consigo dizer mais sobre o Cisne Negro é porque Nina / The Swan Queen: 
  • é perfeccionista, sacrifica-se em prol daquilo que julga ser importante; 
  • não tem um lado B. Não consegue "viver", está presa à baixa auto-estima que a faz ser mecânica. 
  • é fruto de uma juventude emocionalmente complexa e tem uma existência fragilizada, tendencialmente fechada sobre si própria  por se bloquear aos outros. 
  • tem uma má relação com o corpo que é a sua identidade.
  • coça-se até fazer feridas.
  • não se consegue libertar da mother figure.

Ninguém entenderá o que quero dizer mas eu sei. E por isso, não posso acrescentar mais nada
E agora, jantar de aniversário da melhor amiga no Gemelli, chique a valer!




Comentários

Tozé disse…
..piroso! lol

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