Por essência, sou solitária. Não que abrace a solidão. Mas sou uma pessoa só, consciente ou inconscientemente, mesmo estando no meio de uma multidão ou quando apenas estou com um livro ou um café. Gosto de estar sozinha. Deve ser algum complexo narcisista ainda que não me considere a pessoa mais interessante para se estar.
Não obstante, por um lado, sofro com a violência das pessoas a quem me dou e que me passam atestados de indiferença. Há pessoas a quem trato como peças do xadrez, que me dedicam palavras de amizade e até elogios, mas depois remetem-me para o papel secundário na vida deles. Isto é algo que me acontece há já algum tempo. Devo cheirar mal, provavelmente. E sou burra, porque apesar de um escrutínio apertado a priori, acabo por ceder.
Vivemos num mundo estranho, as pessoas são super centradas nelas. Se estamos juntos, mega-festa mas mal se põem a caminho já nem se lembram, até à próxima vez, quando calha. A mim acusam-me de ser renitente a falar ao telefone, mas mando mails, SMS, escrevo no FB. Já desisti. Tenho vindo a desistir.
O problema deve ser mesmo meu. Sou como um eucalipto, queimo tudo à volta. Eu sei que abdiquei de festas, de saídas à noite, de idas a discotecas, de idas à praia, de conhecer mais pessoas ou andar na rua à hora do calor. O moço é um infeliz ao meu lado. Ele não admite, mas é verdade.
E sei que não está fácil, a nível orçamental, jantares. Porém, pessoalmente, gosto das socializações indoor, menos confusas. E tenho politica de porta aberta.
Mesmo assim, restam-me as sobras, quando não há coisas mais giras para fazer, nem passeios de fim de semana, nem programas com pessoas giras e bem dispostas. Sou uma erva daninha. No entanto, ser boa amiga pensei que valesse de alguma coisa. Já nem espero que me provem o contrário.
Felizmente há ainda poucos, mas bons, que não desistiram de mim. Senão de só, passaria a sozinha.
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