É um facto assumido que me preocupa, neste momento sabático (vá, um eufemismo), encontrar a minha vocação.
Não sou médica, nem actriz, nem educadora infantil. Não tenho vocação. Quando se procura ocupar o vazio profissional com uma actividade que traga satisfação e recompensa emocional, ajudava, digo eu.
Confessava este "falhanço" da minha pessoa a uma amiga, durante um excelente almoço, quando ela me mostrou a luz. A sua vocação era gostar de dinheiro. Era ter dinheiro para o poder gastar (90% em viagens). E assumia-o sem problemas.
Citando o Pedro Miguel, foi um "murro no estômago". Ainda que não seja a primeira mulher que me está próxima que pensa assim, ouvi-lo daquela forma segura, determinada e sustentada, fez com o que o Tico e o Teco se tivessem encontrado e dessem um grande abraço no meu cérebro, enviando uma mensagem de clarividência,
Essa é a minha vocação: gostar de dinheiro. Gostar de poder gastar dinheiro. Quer seja numa carteira ou numa revista, quer seja numa vela ou em livros, quer seja em mimos para os meus sobrinhos ou em flores. Agrada-me estimular a economia fomentando a curva do consumo. E, ainda, poder aforrar.
É uma boa sensação de empowerment. Sobretudo, quando não se está sozinha na mesma batalha.
Agora só tenho que trabalhar muito, e em tudo o que seja sitio, para concretizar a minha recém-descoberta vocação. Já agora se uma determinada criatura desonesta me pagasse o que me deve, seria um bom impulso vocacional.
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