Com 12 anos eu sabia o que eram drogas, quais as que existiam, e o que faziam. Tinha noção do que era sexo e que podia engravidar (o grande medo que tínhamos, na altura), ainda que era algo que não imaginávamos fazer (vá, uns apalpões para mostrar interesse e, loucura, uns beijinhos). Era-me perfeitamente claro que despir-me perante estranhos só no balneário, antes das aulas de ginástica, no meio das outras miúdas, ou no médico.
Muita coisa mudou, e rapidamente, nos ultimos 20 anos. Há um domínio dos pré-adolescentes (categoria claramente em desuso porque eles passam de crianças até fofos a adolescentes parvos) sobre telemóveis, computadores, internet.
Não consigo entender como é que um gajo é preso por, com um perfil falso, fazer amizades no Facebook com raparigas de 13 anos, convencê-las a despirem-se para a webcam e marcar encontros que geraram violações. Como é que uma miúda se despe para uma webcam para ser vista por alguém que ela não conhece, mesmo que achasse ser um rapaz de 15 anos, por exemplo?
Esta "pequenada" não é parva, não é ingénua, sabe o que faz, estica a corda mas está tão a leste... Tão pouco acompanhada pelos pais, presumem que despir-se lhes dá poder face a quem observa, mas não conseguem perceber a gravidade profunda do conteúdo do que fazem.
Faz muita confusão como estas coisas podem acontecer. Mas a verdade é que também esta semana me contaram que a mãe de uma menina de 12 anos criou-lhe uma conta no Facebook, são amigas, a filha vê o teor das conversas da mãe com os demais amigos e é tudo "normal". Até nem avisar o pai (divorciados), que soube por coincidência.
Não sou deste mundo, de facto.
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