Avançar para o conteúdo principal

Sherlock, precisa-se

Consta nos mentideros que sou uma despistada no que toca a deixar coisas espalhadas por todo lado.

Eu vejo mais essa faceta como uma mistura de exercícios de memória e recapitulação dos meus passos (bom para prevenir Alzheimer) com exercício físico indoor (ora vai ao quarto buscar o relógio, volta à sala, vai à casa de banho buscar o telemóvel, depois cozinha para ir buscar os óculos de sol que ficaram na bancada quando fiz o café, volta ao quarto para arrumar o pijama, passando pelo escritório para trazer os sapatos, mas logo de seguida tenho que lá ir outra vez porque me esqueci do outro telemóvel e já no elevador, regressar à sala para vir buscar as chaves de casa).

Isto, minha gente, cansa mas desperta a mente!

No entanto, ao fim de 2 meses necessitava mesmo de ajuda. Andava a ler o Teia de Cinzas da Camilla Läckberg e estava não só a gostar muito do livro como gosto da autora e eis se não quando, PUFF! Desapareceu.

Eu sei que tem que estar em casa porque em simultâneo andava já com os Pilares da Terra I, a ver se me despachava, sem sucesso, e este sim acompanhava-me nos transportes públicos. Não está arrumado junto dos da mesma autora (nem fazia sentido porque ia a meio), não está na pilha dos pendentes (coisa pouca... se caíssem todos matavam uma pessoa!), debaixo do sofá não aparece, nas cadeiras da mesa, idem e acho que já confirmei debaixo da cama.

Começo a passar-me porque a) já é demais; b) queria terminar todos começados para "move on" para outros livros que estou num xitex só visto!

Mas como sou teimosa, resisto estoicamente até acabar Pilares da Terra, Primo Basílio, O Grupo e o Teia de Cinzas, que era um amor se fizesse o favor de comparecer à chamada.

Como desaparece um livro??? Estou lixada.


(e não, não está na gaveta das meias onde outro dia encontrei a escova eléctrica do cabelo)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Os lambe-cus (MEC)

Os Lambe Cus, by Miguel Esteves Cardoso   "Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele. Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá- los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia. Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alun

Devo ser a unica mulher

Que gosta do Mr. Big. Pois que gosto.  Enquanto a Carrie era uma tonta sempre à procura de validação e de "sinais", a complicar, a remoer, ser gaja portanto, o Mr. BIG imperfeito as may be era divertido, charmoso, sedutor, seguro (o possível dentro do género dos homens, claro), pragmático.  E sempre adorou aquela tresloucada acompanhada de outras gajas ainda mais gajas e mais loucas.  Fugiu no dia do casamento? Pois foi. Mas casaram, não casaram? Deu-lhe o closet e um diamante negro.  Eu gosto mesmo muito do Mr. BIG. Alguma vez o panhonhas classe media do Steve? Ou o careca judeu que andava nu em casa? Por Sta. Prada, naooooooooo! 

Do acosso

Este calor que se abateu com uma força agressiva consome qualquer resistência.  O suor clandestino esbate vergonha e combate qual sabre as dúvidas.  A noite feita à medida de libertinos cancela as vozes interiores que alertam para mais uma queda dolorosa. A brisa quente atordoa, embriaga no contacto com a pele. O tempo pára, as palavras suspendem entre olhares que sustentam no ar tórrido toda a narrativa; qual pornografia sem mácula, mas plena de pecado. A lua cheia transborda e dá luz à ausência de sanidade que percorre no corpo. Tudo parece possível, uma corrente de liberdade atravessa-nos com o sabor do quente esmagado. E, mesmo assim, pulsa algo mais intenso. Mais derradeiro. Mais dominador. Mais perverso que o toque dos dedos. Mais agressivo que a temperatura irrespirável. O freio da impossibilidade.  A intuição luta com o medo e na arena o medo mesmo que picado tem sempre muita força. O medo acossa-nos.