"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso, existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis"
Fernando Pessoa
Uma amiga questionava-me, há uns dias, como ou porquê uma pessoa, neste caso uma grande amiga minha, a C., tinha anulado a conta dela no Facebook. Podia sempre ir lá, de vez em quando, para quê simplesmente abandonar o Facebook?
Primeiro que tudo, tem que se conhecer a C. (que considero a Magali desta Mónica).
É que a C. está nem aí. O Facebook foi uma pausa gira para ver como funcionava mas a sua postura de vida fá-la, naturalmente, conferir zero importância a estas coisas. Internet no telemóvel, porreiro, mas pra' quê?, pensa ela. Depois de mais de um ano para comprar um portátil, para aproveitar a internet doméstica, deu-lhe uso duas ou três vezes. Esta é a C.
É que a C. está nem aí. O Facebook foi uma pausa gira para ver como funcionava mas a sua postura de vida fá-la, naturalmente, conferir zero importância a estas coisas. Internet no telemóvel, porreiro, mas pra' quê?, pensa ela. Depois de mais de um ano para comprar um portátil, para aproveitar a internet doméstica, deu-lhe uso duas ou três vezes. Esta é a C.
Dona de uma auto-estima de ferro, uma atitude fortíssima e um sorriso demolidor. Apesar de ser "dura" é das minhas amigas mais preocupadas, atentas, sensíveis e claramente honesta na sua amizade. Não há cá merdas. Diz-me tudo o que tem a dizer, doa a quem doer, mas é das pessoas que mais me estima. E é reciproco.
Se a C. bloqueou a conta do Facebook, é porque pode. Tão simples quanto isso.
Desde há uns meses mudou de emprego e apesar da carga maior de trabalho (que lhe limitava o acesso ao facebook durante o dia), anda contentíssima e realizada. Pessoas novas, coisas diferentes para fazer e, ainda que num ambiente mais ou menos formal, está numa equipa divertida e com proximidade. Sente-se preenchida. Trabalha muito mas está a fazê-lo com prazer e com pessoas que a fazem rir. E com quem, ocasionalmente, tem planos sociais extra escritório. Um bom ambiente destes ajuda à brava e por esta via, nem tempo nem necessidade para recorrer ao Facebook em busca de companhia, novidades ou manter contactos.
Para além da vida laboral, C. tem um namorado que a adora. Com as suas manias, o gajo é viciado nela e trata-a como uma princesa. Mima-a. E vivem a relação muito intensamente, a dois. Se estão juntos, durante a semana, no bem-bom, no cinema, a jantar, a correr na paredão, nenhum está ligado à Net. Estão muito mais interessados um no outro. Chega ao fim de semana e ou estão, a dois ou com amigos, na praia, na piscina, em escapadas românticas, ou ocupados com o hobby dele, ou com a família. Nem lhes passa pela cabeça acender um PC.
C. tem ainda uma relação de grande proximidade com a sua família. Se está em casa à noite, é para ver noticias, séries e conviver com os pais. Depois há primos com filhos, primos mais novos com quem fazer planos, ir com mãe às compras, conversas longas com o pai.
Mesmo quando está só, quando os pais vão para a casa de praia e o namorado está de viagem, os seus tempos livres são ocupados com planos com as amigas, talvez trabalhar em casa e ler, ler muito.
Basicamente, C. não quer saber do Facebook porque apesar das nuvens que lhe assolam o universo, ela não necessita. É uma pessoa que vive a vida. Mesmo. Que tem uma vontade férrea e um optimismo inabalável. E é gira que se farta e assume-o de cabeça erguida.
O seu contexto está "cheio", sem rotinas nem mágoas, sem necessitar de validações ou mais distracções.
C. gosta dela. Muito. Daí poder-se dar ao luxo de abdicar do Facebook. Tudo o que lhe interessa e a realiza está fora dele.
A confiança em si própria é uma lição.
Para além da vida laboral, C. tem um namorado que a adora. Com as suas manias, o gajo é viciado nela e trata-a como uma princesa. Mima-a. E vivem a relação muito intensamente, a dois. Se estão juntos, durante a semana, no bem-bom, no cinema, a jantar, a correr na paredão, nenhum está ligado à Net. Estão muito mais interessados um no outro. Chega ao fim de semana e ou estão, a dois ou com amigos, na praia, na piscina, em escapadas românticas, ou ocupados com o hobby dele, ou com a família. Nem lhes passa pela cabeça acender um PC.
C. tem ainda uma relação de grande proximidade com a sua família. Se está em casa à noite, é para ver noticias, séries e conviver com os pais. Depois há primos com filhos, primos mais novos com quem fazer planos, ir com mãe às compras, conversas longas com o pai.
Mesmo quando está só, quando os pais vão para a casa de praia e o namorado está de viagem, os seus tempos livres são ocupados com planos com as amigas, talvez trabalhar em casa e ler, ler muito.
Basicamente, C. não quer saber do Facebook porque apesar das nuvens que lhe assolam o universo, ela não necessita. É uma pessoa que vive a vida. Mesmo. Que tem uma vontade férrea e um optimismo inabalável. E é gira que se farta e assume-o de cabeça erguida.
O seu contexto está "cheio", sem rotinas nem mágoas, sem necessitar de validações ou mais distracções.
C. gosta dela. Muito. Daí poder-se dar ao luxo de abdicar do Facebook. Tudo o que lhe interessa e a realiza está fora dele.
A confiança em si própria é uma lição.
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