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Não gosto, não volto

A A. criou uma empresa e no final do ano passado combinou com um designer e consultor de imagem que era seu conhecido (e que ela recomendava para outros trabalhos) que ele iria tratar da imagem corporativa: logótipo, pastas, estacionário diverso. A pagar, não era borla.
Em Março deste ano, perante desculpas "eh pá tenho isso pra' te mandar" e afins, já chateada recorreu a outra empresa que previamente tinha feito trabalhos para o namorado. Estamos em Julho nem sequer a primeira proposta de imagem lhe fizeram. Deve abundar negócio. Aliás, os tipos que lhe iam montar a cozinha e as casas de banho também foram com o palhaço no comboio ao circo.
Há três semanas uma pessoa que conheço foi a um stand de automóveis para ver opções de troca de carro. A meio da tarde. Como estavam "cheios de trabalho", depois de meia hora à espera ficaram com dados do actual carro e do que ele pretendia em termos de um novo. A ideia era mandarem-lhe propostas ou ligarem-lhe para uma conversa. Ainda está espera. A venda de carros deve estar em mega alta, como se sabe.
O Jardim do Tourel reabriu e com uma esplanada gira. A vista é fantástica e a Time Out até destaca. O serviço é péssimo. Duas pessoas apenas e bastava uma porque na pratica só o cozinheiro trabalhava, atendia as mesas e recebia. A outra colaboradora estava mais focada na namorada, ignorava os clientes e em tarde de vendaval lisboeta bem podiam chapéus e cadeiras ter voado que ela não mexia o real rabo. E assim se estraga um sítio com potencial e um hamburguer bem bom.
Há umas semanas descobri umas botas, em saldos, na Mood, em Santos. Só restava o 36 que não me servia. A empregada ficou de me dizer se ainda arranjavam o 37 e assegurou que me ligariam caso não conseguissem. Como já se vê, nunca mais vou à Mood às compras. Não, não ligaram. E não, não tem movimento.
A Carolina Herrera do El Corte Ingles tem um atendimento do mais arrogante possível. Pessoalmente, e excepto uma unica vez, nunca tive uma boa experiência lá. Prefiro ir à Avenida da Liberdade.
Mais do que nunca, a excelência do serviço é fundamental. O passa a palavra é potenciado pelas redes sociais. Em tempo de contenção de custos, o consumidor tem tendência de ser mais exigente. E em crise, nao saber valorizar e fidelizar um cliente é a morte do artista.
Mas, de facto, em Portugal há uma lacuna grande quer nas empresas que não se preocupam, ou preocupavam, em assegurar um tratamento adequado ao cliente quer nos clientes que comem e calam com muita facilidade.
Neste deserto, há oásis que são de estimar. A óptica Olhar de Prata tem uma equipa fantástica e lojas  como a Massimo Dutti do Saldanha, a Bimba y Lola Saldanha, ou a Uterque Colombo e Vasco da Gama  têm colaboradores  prestáveis, cuidadosos, atentos e que primam pela simpatia. Já para não falar da eficiência e rigor da Machado Joalheiro que tem um atendimento personalizado impecável.
Mas não vale de nada falar e não agir. Eu queixo-me, reclamo (houve uma fase na Fnac do Colombo que tinha vontade de lhes bater, e chateava-os até mais não, mas até a esses se acabou a mania) e deixo de ir/comprar/recomendar.

PS. Nova oportunidade ao Jardim do Tourel. Correu melhor. O rapaz, de facto, sozinho faz a diferença. No fim, dar factura foi una complicação. Algo que é obrigatório de dar era, na opinião de uma outra colaboradora, impossível depois de fecho da conta. 2 minutos depois o rapaz aparecia a correr, quando já vínhamos nas escadas, com uma factura. Lembrou-se de como podia ainda emiti-la. O miúdo é uma simpatia mas ó Time Out menos nos elogios, sim?



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