Sinto a tua falta. Custa-me tanto admitir que a tua ausência seja um som baixo ainda que tão doloroso.
Fazes-me falta para desabafar todas estas inquietações, para confiar dúvidas, raiva, alegrias. A quem revelar o inconfessável?
Fazes-me falta pelo entendimento natural da imagem radiante ou sombria nos meus olhos. Sinto-te a falta pela cumplicidade no silêncio, como quem grita, pelo acariciar da exaustão.
Fazes-me falta, sobretudo, pela certeza que existias, que estavas lá, que não eras um animal em fuga, esquivo.
Sempre fui eu a arriscar-me, a atrever-me, a magoar-me, a resolver-me, a ir ao limite e a curar-me; mas contigo era próxima, íntima, constante a capacidade de sossegar esta pulsão.
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