Tinha saudades tuas, escreveu-lhe num envelope ainda por abrir, de uma qualquer conta que insistem que paguemos. A pressa de a ter fê-lo agarrar-se às palavras no primeiro espaço branco que encontrou.
Tudo o resto que lhe queria dizer, não conseguia, quebrava-se-lhe a coragem. Ela era tão forte, tão resistente a mostrar-se, tão difícil de ler, imprevisível nos sorrisos e nos silêncios, segura no desejo, que admitir as suas saudades era o limite até onde chegava a sua bravura. Ela leu o envelope, deu-lhe a mão e sem dizer nada deixou-se abraçar noite dentro por ele.
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