Convidaste-me a entrar. Eu não quis. Preferi ficar no passeio a ver as estrelas e a deambular sobre a vida, bola, filmes.
Mas querias-me no teu mundo, partilhar meios segredos e meios suspiros enquanto os dedos me percorriam a espinha. E foste-me levando para dentro, com falsa calma e aparente generosidade, despiste-me as defesas e abraçaste as inseguranças. Tentaste quebrar-me o instinto por entre as minhas gargalhadas.
Mas a frieza não se corrompe num golpe de asa. É inata.
E quando fizeste a inflexão emocional, de quem já fez o seu xeque mate, foi mais fácil abrir a porta e sair. Afinal nunca a fechei à entrada. Estive sempre na corrente de ar de quem sabe que o conforto do calor não é real.
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