Em cada fuga para a frente, uma emoção ceifada. Até não haver espigas que soçobrem ao sabor do vento.
Em cada recomeçar mais certezas frias. Convicções quase espirituais de um distanciamento que aderiu à derme com naturalidade.
Em cada centelha de possibilidade perdida, mais uma pedra na muralha que se agiganta. Mais uma volta no carrocel de todas as histórias que foram assim. Em cada silêncio pesado como chicotada propositada, mais um vinco na coragem de marcar presença.
Em cada prova de que não estamos à altura, não merecemos, mais curtida fica a pele imune às frases batidas. Mais nos centramos em nós e desistimos de tingir com estrelas o céu de outrem.
Em cada queda na arena, mais profundo é o corte da realidade que nos esmaga a voz. Pois actuamos a solo.
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