Passam os dias como passada de maratonista, num ápice, sem dar para respirar. E, no entanto, é longa a espera, torturada, a noite sucede-se a galope da rotina e tu não voltas, de ti apenas uma sombra ténue. Já não distingo o teu cheiro, da pouca esperança que em alguma hora pode existir nada resta.
Não te imagino para lá de sombras esfumadas e de um toque subtil que me arrepiava. Pouco que havia, que sabia ser tão menos que nada, mas valorizava como se muito fora, esgotou-se. Tal como a minha mente que em febril desassossego tenta desprender-te sem clemência por mais aguçada que seja a dor.
E foste. Foste basilar na minha existência. Foste uma fotografia que envelheceu escondida numa caixa amarga. Foste uma outra vida. Foste sem nunca teres estado.
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