Fazes-me falta. O sorriso malandro à mesa, ao pequeno almoço, entre jornais e a preguiça, com os meus pés esticados nas tuas pernas.
Fazes-me falta. As mãos que acicatavam, por distração, o arrepio da pele, entre cafés e piadas que só nós percebíamos.
Fazes-me falta. Não porque a solidão me seja estranha ou desconfortável, mas porque mesmo o silêncio contigo era mais sereno.
Fazes-me falta. Adormecer e sentir a tua proximidade, despenteado, vibrante, ali, em mim, tranquilo, com o teu cheiro.
Fazes-me falta. De me fazer rir, de me desafiares continuadamente, de espicaçares a curiosidade, de me dares a mão, levares contigo.
Fazes-me falta. Basto-me eu, sou por mim, gosto desta minha tempestade contínua, mas grassa a ausência dos teus olhos cravados em mim.
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