Há um primeiro amor. Tímido, a
medos, mas tão preenchido, de descoberta, de ser o ar que nos faz acordar,
querer estar na escola, dar a mão com vaidade, beijos assolapados que enchem os
demais de inveja; o amor que achamos que é para sempre e vai ser sempre o amor
que nos abriu o caminho.
Há um amor que nos tira a ingenuidade, que nos arranca
as entranhas pelo seu impacto e pelas marcas que nos deixa; são as primeiras
mágoas em prol de outrem e apenas munidos com os nossos sentimentos geridos de
forma trapalhona, irreflectida e que nos tira o apetite.
Há um amor que nos
devolve ao terreno, nos faz acordar para viver uma maturidade que se vai
desenhando em nós, que nos traz estabilidade, nos acompanha em aventuras, nos
permite uma partilha tranquila e uma segurança suave; até que finda.
E há um
amor arrebatador, que devassa a cama, o corpo, a mente, enebria a
mente, expõe as fragilidades, leva a uma entrega como se não houvesse amanhã,
uma sofreguidão urgente, uma exaustão que não cansa.
Haverão tantos amores
quanto a nossa predisposição para amar, a nossa disponibilidade para arriscar
face ao outro, a capacidade para saber que queremos ser amados. Que o
merecemos. Como uma estrada de 2 sentidos, com cumplicidade e confiança, com
silêncios e confissões totais, com tesão sem fim, carinho apaziguador só numa
troca de olhares.
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