Não é pelo flash da câmara que os meus olhos brilham.
Não é pelo sol de fim de dia a bater ainda com força quente nas minhas costas.
Não é pelo cheiro a sal preso nos cabelos húmidos, que me afastas do rosto queimado e com sardas. Não é pelo vento suave que acentua o arrepio na pele que se desenha só por estares ali.
Sorrio instintivamente, só de te ver. De te sentir em meu redor nesta dança que mistura "apetece-me", ironia, "abraça-me".
Sorrio de real paixão por aquele fim de tarde, pela liberdade dos teus movimentos quando me confundes, pela tortura viciante da antecipação. Paixão pelas piadas a despique. Paixão pelo modo como a gargalhada emerge mais solta, como as minhas pernas vacilam ante a tua proximidade, pelo peso do mundo que já não carrego nestes instantes.
Sorrio pela segurança apesar de ser em areia que os meus pés se sustentam.
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