É como um mergulho que nos sai bem e quando vimos a superfície ficamos a boiar, dolentes, com o sol a queimar o rosto que pica do sal, a mente em pause-still. Solidão e mar. Êxtase.
É como um livro que começamos a folhear de mansinho com curiosidade e já não conseguimos largar, torna-se compulsivo virar mais uma e outra página, as palavras bailam sob os nossos olhos sôfregos. Puro deleite perder-mo-nos.
É como deitar numa cama feita de fresco, lençóis alvos e macios, a reclamarem a queda do corpo cansado das guerrilhas diárias, o abandonar-se aquele aconchego e o suave baixar da guarda.
É como uma noite de pura exaustão a dançar ao ritmo das músicas que fazem o coração acelerar, em ritmo de total liberdade, cabelo em desalinho, suor a escorrer pela espinha e explosão de energia, descarga de raiva.
É como gritar pelo Benfica no meio da multidão que enche de encarnado o estádio, em dor e alegria que arrepia.
É como o por de sol num dia de primavera sob Lisboa que se agita com o frenesim de Junho, o laranja que corta o azul deste céu com volúpia em pinceladas de um amarelo quente e um tom terra que nos lembra que existimos.
Assim é gostar de ti. Assim é almejar pelo teu toque. Assim é o estremecer do teu beijo.
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