Descrevê-la é-me impossível. Não há palavras, olhares, expressões no léxico masculino que atinjam o sopro que liberta de um modo de estar tão irrequieto. O abater do sol no mar não tem a força daquele cheiro só dela, da dureza intensa do olhar negro, sem mágoas, sem arrependimentos, sem desculpas.
Toda ela me escapa por mais que me enrede. Por mais que me atraia qual veneno em forma de gente, não é de facto tocável. Domável.
Como explicá-la quando compreendê-la é inatingível? Segredo do fogo que emana, a alimenta, protege. Gostar dela é indecifrável, acto insano de pulsão pelo abismo
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